Saúde, água gasocarbónica e água gaseificada

Em matéria de ‘água’, a variedade de produtos disponíveis no mercado merece esclarecimentos do ponto de vista da saúde.

A hidratação é um assunto em discussão, não porque seja discutível, mas porque, do ponto de vista de saúde, traz ainda duas preocupações. Primeira, muito há a fazer em matéria de estratégias para garantir a plena hidratação da população. Segunda, pela panóplia de bebidas disponíveis, o consumidor precisa de estar informado para escolhas esclarecidas.

Em matéria de ‘água’, a variedade de produtos disponíveis no mercado merece esclarecimentos do ponto de vista da saúde.

A ingestão diária de água é fundamental para a saúde. Se perdermos 10% da água corporal total ocorre uma diminuição do rendimento e do desempenho cognitivo. A desidratação provoca o aumento do ritmo cardíaco e torna mais difícil manter estável a tensão arterial.  Uma correta hidratação, pelo contrário, regula a temperatura corporal e favorece o transporte de nutrientes e a performance cognitiva, preserva o bom estado das articulações, das mucosas e da pele. As necessidades diárias variam de acordo com a atividade física, idade, clima, etc. As crianças e os idosos são grupos de risco. A ingestão diária de água deverá ser cerca de 80% na forma de líquidos, e variar as bebidas a consumir poderá ser uma mais valia do ponto de vista nutricional.

A água mineral natural gasocarbónica poderá dar um contributo expressivo no consumo diário de água. A água ‘com gás’ mas que é mineral natural gasocarbónica, é uma fonte considerável de sais minerais como cálcio, magnésio, lítio,  flúor, entre outros. A carência em magnésio, frequente, compromete o metabolismo energético, podendo contribuir para sensação de cansaço e ainda para dificuldades em controlar o peso. As carências em cálcio comprometem o metabolismo ósseo. A investigação médica tem mostrado que o consumo de água mineral natural gasocarbónica traz diversas vantagens metabólicas, resultando em menor risco cardiovascular.

Devem ser colocados de parte velhos mitos que associam o consumo de águas gasocarbónicas apenas a momentos de ‘indigestão’. Temos de olhar para estas águas como alimento, com um enorme potencial no plano alimentar diário, trazendo o acrescento de hidratação e os dos seus benefícios nutricionais.

No mercado existem algumas marcas de águas gaseificadas, significando que são águas ‘com gás’ artificialmente adicionado, com a desvantagem nutricional, por comparação com uma água mineral natural gasocarbónica, da inferior qualidade em minerais.

As águas mi­nerais naturais gasocarbónicas são provenientes de aquíferos localizados nas profundidades do subsolo, e, por isto, têm características que as distinguem quer pela origem natural identificada, quer pela singulari­dade uma vez que não há duas águas iguais. Da interação da água com a rocha por onde passou durante décadas, ou mesmo séculos, confere a estas águas um teor em sais minerais e, de outros oligoelementos, que se expressa de forma singular.

Em conclusão, sempre que se possa escolher, que se escolha a água mineral natural gasocarbónica.

Investigadora e professora de bioquímica na Universidade do Porto

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