Conselho de administração do BPI está reunido para analisar OPA

Membros do conselho de administração têm de dar um parecer sobre a estratégia e o preço do CaixaBank.

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Artur Santos Silva, fundador do BPI, preside ao conselho de administração Nuno Ferreira Santos

O Conselho de Administração do BPI, presidido pelo fundador Artur Santos Silva, está de novo reunido na tarde desta quinta-feira para aprovar uma versão final (e consensual) sobre a resposta à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo espanhol CaixaBank (La Caixa) sobre a maioria do capital da instituição portuguesa.

Entre os pontos da oferta espanhola e que se admite que possam ser contrariados estão a oportunidade do movimento do La Caixa e o preço com que se propõe adquirir o controlo do terceiro maior banco privado português, de que é o maior accionista.

O encontro, desta quinta-feira, que arrancou depois do almoço, segue-se a um outro que decorreu ontem, com divisão accionista (o segundo maior investidor, a Santoro já se opôs), e onde os representantes do La Caixa na administração do BPI também não estiveram presentes, por existir conflito de interesses. A OPA  visa 100% do capital do BPI, ou 50% mais uma acção e fim da blindagem dos estatutos (direitos de voto limitados a 20%).

A gestão não executiva do BPI deverá comentar cada ponto do prospecto de emissão da operação. Este documento, que ainda não chegou ao domínio público, já foi alvo de pedidos de esclarecimentos por parte da CMVM que considerou ter falta de informação para o poder registar.

Depois dos esforços para construir um documento de resposta que exprimisse os vários pontos de vista que existem dentro da administração (a Santoro de Isabel dos Santos já assumiu que prefere a fusão do BPI com o BCP), a resposta que vier a ser anunciada ao mercado deverá alegar que o preço que está em cima da mesa dos investidores do BPI – com 44,1% do BPI o La Caixa propõe-se investir 1082 milhões de euros nos restantes 66% -- é baixo (não reflecte o valor do banco). Até porque os 1,329 euros por acção reflectem o valor mínimo obrigatório por lei (a média da cotação dos últimos seis meses).

Para além da reacção negativa ao valor, o momento em que a OPA é apresentada é também susceptível de discordância. Isto porque o presidente executivo, Fernando Ulrich, concretizou uma intenção de estudar a compra do Novo Banco. Enquanto decorrer a OPA, o BPI não poderá apresentar uma oferta vinculativa sem a submeter à Assembleia-Geral. O mesmo acontece à proposta de concentração do BPI com o BCP que foi apresentada esta semana por Isabel dos Santos, que possui 19% do BPI, que constitui um “não claro” à OPA do La Caixa e uma solução alternativa. 

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