Programa do PS vai a votos antes das legislativas

Direcção socialista vai apresentar “alternativas” em algumas áreas para que a opção seja feita pelos cidadãos.

Foto
António Costa sublinhou o melhor resultado de sempre para o PS em Lisboa Daniel Rocha

Não será na totalidade, mas apenas em relação a propostas onde existam “dúvidas”. É uma das novidades que o PS tenciona introduzir no processo de preparação do seu programa eleitoral para as eleições legislativas deste ano.

João Tiago Silveira, director do Gabinete de Estudos que coordena o programa, anunciou-o há dias depois do Encontro Nacional realizado em Santarém. “Vamos lançar as bases de um programa eleitoral participativo, seguindo os bons exemplos dos orçamentos participativos de alguns municípios”, escreveu no jornal socialista Acção Socialista.

Ao PÚBLICO, o ex-secretário de Estado confirmou que o partido está aberto e já começou a “aceitar várias propostas concretas de qualquer cidadão”. Depois de “apreciadas e verificadas” para aferir da sua conformidade com os princípios do PS, a direcção socialista tenciona levar a votos “várias alternativas” que “suscitem dúvidas”.

O programa não será, portanto, levado a votos na sua totalidade, mas apenas em “algumas áreas seleccionadas”. As alternativas mais votadas serão, então, incluídas no programa.

A decisão resulta do objectivo de preparar “um programa com mais compromisso e mais responsável”. É nesse sentido que o PS assume também a intenção de calendarizar as “medidas concretas” que vier a incluir no seu programa eleitoral. Definindo os “impactos e resultados esperados” e uma data para a sua aplicação.

A clarificação é outro dos objectivos. Será feito através da opção por uma “linguagem clara e acessível ao cidadãos” e ainda através da comparação com as medidas que o “PSD/CDS concretizou no Governo”

Para que os cidadãos saibam quais são as diferenças, o Programa Eleitoral do PS vai identificar, em linguagem clara e acessível aos cidadãos, quais as diferenças entre as suas propostas e as medidas que o PSD/CDS concretizou no Governo.

O Gabinete de Estudos do PS foi recuperado pela actual direcção socialista para coordenar as propostas com que o PS tenciona ir a votos. Silveira explicou ao PÚBLICO que essa estrutura ficou encarregada de juntar o conjunto de contributos que se pretendem vir das mais variadas fontes.

Desde logo aprofundar as linhas mestras definidas na Agenda para  a Década com que António Costa se apresentou na disputa interna. Esse esforço implicará a divisão do programa por áreas temáticas já identificadas nesse documento. A somar às contribuições individuais que venham dos cidadãos existe também a intenção de compilar as propostas do LIPP – estrutura criada pela anterior direcção de António José Seguro e agora substituída pelo Gabinete de Estudos.

Quando o regulamento do Gabinete foi aprovado na Comissão Política do PS, de 29 de Janeiro, João Tiago Silveira definiu como mandato “ir à raiz das coisas”, significando isso a “qualificação dos portugueses, o aproveitamento dos nossos recursos e a competitividade das nossas empresas”.

Sugerir correcção
Ler 21 comentários