Novo Mercator tem como alvo os mercados lusófonos

Livro de marketing aposta em países como Angola, Moçambique e Cabo-Verde.

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Galp é uma das marcas presentes nos vários mercados onde se fala português Rui Gaudêncio

A nova versão do Mercator em português, uma das obras de referência do marketing a nível nacional, tem cerca de um terço dos seus exemplares (equivalente a 2300 livros) destinados aos mercados de língua portuguesa.

 A estratégia reflecte a aposta dos autores, e da editora (D. Quixote, do grupo Leya), na vertente internacional, com casos de Angola, Moçambique e Cabo Verde, além de exemplos nacionais. Pedro Dionísio, um dos dois autores da versão portuguesa (a que se junta Joaquim Vicente Rodrigues), afirma que a grande aposta desta nova edição foi a “apresentação de casos e exemplos de todos os países de língua portuguesa”. “Consideramos que a língua é um património económico com grande valor, mas que ainda está pouco explorado. O livro pretende ser um ponto de encontro de gestores e marketeers dos países de língua portuguesa, contribuindo para retirar preconceitos e aproximar as empresas dos vários países”, acrescenta.

A ideia, diz o professor do ISCTE, “foi bem acolhida tanto pelas empresas, como pelos próprios ministros da área da economia de Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique que prefaciam o livro”. Embora os responsáveis da obra façam questão de sublinhar a questão da língua portuguesa, o certo é que o Brasil surge de forma residual, o que não deixa de ser algo natural, pela sua especificidade e dimensão.

Assim, este novo Mercator deve ser mais entendido como um ponto de contacto entre Portugal e três países africanos onde se fala português. Composto por 600 páginas ligadas à teoria e à prática do marketing, com contributos de vários autores e especialistas, o livro está repleto de vários pequenos casos de marcas de empresas que cruzam os diferentes mercados. Pedro Dionísio destaca exemplos como o da Delta em Angola, o da Sumol+Compal em Moçambique, o da Blue, bebida “que vem de Angola para Portugal”, e o do “grupo Entreposto que vem de Moçambique para Portugal e para Timor”. Outras há que passaram a ser conhecidas, mesmo sem se ter expandido para Portugal, como é o caso da operadora de telecomunicações angolana, a Unitel, controlada por Isabel dos Santos.

Embora esta seja a 16ª edição, os seus autores afirmam que é mais correcto falar com cinco diferentes versões, com início em 1992 (desde então foram vendidos cerca de 120.000 exemplares).  Nessa lógica, a última versão da obra foi em 2004, com o Mercator XXI. Pelo meio, em 2009, houve o b-Mercator Blended Marketing (focado na relação entre o marketing digital e o marketing de actividades físicas). “Procuramos acompanhar aquilo que é mais relevante em cada momento para as empresas. Em 2004, o Mercator XXI a aposta foi no marketing relacional e em 2009 foi no marketing digital. Em 2015, dada a aposta na internacionalização por parte de muitas empresas, considerámos que seria a hora de fazer um Mercator virado para os países da língua portuguesa”, adianta Pedro Dionísio.

Para o professor do ISCTE, uma diferença face ao passado é o site onde se encontram os resumos de 27 casos e 130 exemplos. Além disso, vão ocorrer cinco conferências em quatro países no próximo mês e meio.  A primeira é na próxima quarta-feira, em Lisboa.

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