Morte de Boris Nemtsov foi “minuciosamente planeada”

Um dos principais opositores de Vladimir Putin foi morto a tiro em pleno centro de Moscovo. Comunidade internacional quer investigação "rápida e transparente".

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Homenagem junto ao local do ataque está a mobilizar centenas de pessoas Sergei Karpukhin/Reuters
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Boris Nemtsov passeava a pé na Grande Ponte de Pedra quando foi baleado quatro vezes nas costas Pavel Bednyakov/Reuters
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Ataque aconteceu nas proximidades do Kremlin Pavel Bednyakov/Reuters

Horas depois do assassinato russo Boris Nemtsov, um dos principais opositores de Vladimir Putin, em pleno centro de Moscovo, o comité de investigação do país avançou que a morte foi “minuciosamente planeada”.

“Não há qualquer dúvida que este crime foi minuciosamente planeado, bem como o local escolhido para a morte”, a Grande Ponte de Pedra, nas proximidades do Kremlin, centro da capital russa. Numa nota citada pela AFP, o comité adianta ainda que tudo indica que a arma utilizada no ataque é uma Makarov, pistola vulgarmente utilizada pelas forças da polícia e pelo exército russos. Junto ao corpo de Nemtsov a polícia recolheu seis cartuchos de munições de 9 mm de vários fabricantes.

Neste momento, o comité indica que está a seguir várias linhas de investigação, incluindo a possibilidade de o ataque se ter tratado de uma tentativa de "destabilização da situação política" do país. O organismo, que responde directamente ao Presidente Vladimir Putin, não afasta ainda a hipótese de se ter tratado de uma acção de radicais islamistas e que poderão existir ligações à situação na Ucrânia.

A alta representante da União Europeia para a política externa, Federica Mogherini, lamenta a “morte brutal” de Nemtsov, que Bruxelas espera que seja investigada de forma “completa, rápida e transparente” para levar “rapidamente os responsáveis perante a justiça”.

Mogherini sublinha que Boris Nemtsov foi morto antes de uma manifestação que o próprio tinha organizado para este domingo contra os efeitos da crise económica e o conflito na Ucrânia. “Era um fervoroso defensor de uma Federação russa moderna, próspera e democrática, aberta ao mundo”, recorda a responsável.

A chanceler alemã Angela Merkel afirmou-se “consternada” pela morte de Nemtsov, aos 55 anos. Merkel pede a Vladimir Putin que assegure que o “assassinato seja resolvido e os culpados responsabilizados”, indica uma nota do gabinete da chanceler citada pela AFP. Merkel realçou a “coragem do antigo vice-primeiro-ministro, que nunca deixou de exprimir publicamente as suas críticas quanto à polícia governamental” russa.

De França chegaram também palavras de indignação do Presidente François Hollande, que condenou o “assassinato hediondo”. Uma comunicado do Eliseu realça Boris Nemtsov como “um defensor corajoso e incansável da democracia e um lutador feroz contra a corrupção”.

O Presidente norte-americano Barack Obama utilizou também a expressão "morte brutal" para se referir ao assassinato. À semelhança da União Europeia, espera que as autoridades russas desenvolvam um inquérito "imparcial e transparente". 

Boris Nemtsov passeava a pé acompanhado pela companheira na Grande Ponte de Pedra, quando foi baleado quatro vezes nas costas. Várias pessoas foram testemunhas do assassinato, adiantou a polícia, citada pela agência noticiosa RIA Novosti.

Nemtsov tinha agendado para domingo uma conferência de imprensa contra as políticas de Putin. Era um dos opositores mais contundentes do presidente russo e ocupava actualmente o cargo de deputado no parlamento da região Yaroslavl e co-presidia ao partido RPR-Parnas. Numa rápida reacção à morte de Nemtsov, Putin considerou a morte “uma provocação”.

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