Sem hipótese de fuga... aos clichés

É série B, é série Z? Chamem-lhe o que quiserem, só não lhe dêem caução.

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Como Escobar: Paraíso Perdido, que esta semana também chega às salas, Filho do Crime é uma história de iniciação.

E como no filme sobre o narcotraficante colombiano, também neste haverá o momento em que o aprendiz se vai revoltar contra a influência que o oprime – e, no caso do filme australiano, também uma primeira obra, passará a ser o elo mais fraco a ditar as regras. Eis, então, um adolescente de 19 anos, JR, e eis um temido criminoso australiano, Brendan Lynch (Ewan McGregor). 

Encontram-se na prisão, onde o primeiro cumpre uma pena de seis meses, e estabelecidos os protocolos de protecção naquele universo perigoso, letal, JR, quando sair da prisão, “pagará” a protecção de Brendan ajudando-o num plano de fuga – e integrará o seu gang num assalto de milhões. 

O que se pode dizer é que não há uma única hipótese neste filme para se respirar ar que não tenha já sido inspirado e expirado por outros filmes. Mas a estratégia de O Filho do Crime — a palavra “estratégia” é excessiva, coloca a coisa na fasquia do nunca alcançável por isto... – é de atordoamento: em vez de fugir aos clichés, figurativos, narrativos e de género, junta-os todos, sem preocupações de verosimilhança de argumento e com uma inconsciência algo pateta. É série B, é série Z? Chamem-lhe o que quiserem, só não lhe dêem caução.

 

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