José de Mello vai encaixar 249 milhões com venda de 2% da EDP

Grupo sai do capital da eléctrica gerida por António Mexia.

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O primeiro contrato de distribuição da EDP termina este ano e é o do município de São João da Madeira PAULO PIMENTA

O Grupo José de Mello estima encaixar cerca de 249 milhões de euros com a venda de 2,003% que ainda detém na EDP, de acordo com o comunicado enviado na noite desta quinta-feira ao regulador do mercado de capitais.

Durante a tarde de hoje, o grupo já informara que tinha contratado o BES Investimento, a Caixa – Banco de Investimento, o Millennium Investment Banking e o Morgan Stanley para vender a sua posição na eléctrica nacional gerida por António Mexia, num processo de venda rápida. A liquidação da oferta deverá ocorrer a 3 de Fevereiro.

Conforme sublinha a empresa, após a liquidação, o Grupo José de Mello deixará de deter acções da EDP, “dando assim continuidade ao processo de reforço da sua estrutura financeira, consolidando as condições para prosseguir o seu plano de desenvolvimento”. O valor arrecadado implica um desconto face aos 3,532 euros por acção a que fechou a cotação da EDP esta quinta-feira, já que a venda é feita a 3,4 euros por título.

A venda da posição que o Grupo José de Mello detém na EDP (através da José de Mello Energia) era uma estratégia que já tinha sido equacionada quando o grupo lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Espírito Santo Saúde, que acabou por ir para as mãos dos chineses da Fosun.

O grupo, que detém a José de Mello Saúde em parceria com a Associação Nacional de Farmácias, a Efacec com a Têxtil Manuel Gonçalves e a Brisa com o fundo Arcus, já teve uma posição mais relevante na EDP, mas acabou por alienar parte do capital.

Em Maio do ano passado, a empresa colocou no mercado, também através de uma venda rápida, 2,59% do capital da eléctrica.

A EDP tem como maior accionista a China Three Gorges (dona de 21,35%). No último ano, perdeu vários accionistas de referência (com mais de 2%), como o BES (antes do colapso do banco) e a espanhola Iberdrola. 

 

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