O final de 2014 não foi um período fácil para a Samsung. Enquanto deslizava no crucial mercado chinês de telemóveis, a multinacional sul-coreana viu os lucros encolherem e a rival Apple crescer.

O lucro da Samsung nos últimos três meses do ano passado caiu 27% em relação ao mesmo período de 2013, para cerca de 4300 milhões de euros. A queda anual foi de 23%, de acordo com os resultados comunicados nesta quinta-feira pela empresa. O lucro da divisão que integra o negócio dos telemóveis afundou 64% no último trimestre, embora tenha registado um crescimento anual de 10%, sendo a área da Samsung em que o lucro mais cresceu entre 2013 e 2014. A atenuar a quebra nos últimos três meses do ano passado, o negócio de semicondutores disparou 36%.

Apesar de continuar a ser líder de mercado nos smartphones, a Samsung perdeu terreno ao longo do ano passado. Dados da analista IDC relativos ao terceiro trimestre indicavam uma quota de 24%, bem acima dos 12% da Apple, mas uma descida significativa em relação aos 33% de 2013.

No ano passado, a Apple — que apresentou os seus melhores resultados de sempre — fez uma incursão no mercado dos telemóveis com ecrãs maiores, onde a Samsung aposta há muito. Os dois novos modelos de iPhone, o 6 e o 6 Plus, têm ecrãs de 4,7 e 5,5 polegadas e ajudaram a que a empresa americana batesse recordes de vendas.

Mais do que uma empresa de análise de mercado já apontou o trimestre passado como o primeiro desde 2011 no qual a Samsung e a Apple empataram no número de aparelhos enviados para o retalho. As previsões estão em consonância com os números dados pelas empresas. A Apple disse ter vendido 74,5 milhões de iPhones. A Samsung, por seu lado, estimou um valor entre 72,2 e 75,1 milhões de dispositivos.

Na China, um mercado mais importante à medida que os mercados da América do Norte e da Europa amadurecem e a procura aqui se faz sobretudo nos segmentos de gamas mais baixas, os últimos meses assistiram a um reequilíbrio de forças. Segundo a empresa de análises Canalys, a Apple ascendeu ao primeiro lugar entre os fabricantes de telemóveis, seguida pela chinesa Xiaomi, pela Samsung e pela Huawei, uma outra marca chinesa.