Bloco de Esquerda pede para chamar ao Parlamento clientes lesados do BES

A comissão de inquérito parlamentar ao BES-GES, liderada por Fernando Negrão, vai ter de se pronunciar sobre o pedido do Bloco de Esquerda.

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BES liderou as perdas ao cair 3,77% Sara Matos

A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua requereu a inclusão na lista de audições da comissão parlamentar de inquérito ao colapso do universo empresarial da família Espírito Santo a associação de clientes do antigo BES.

A associação, recentemente constituída, integra mais de 300 subscritores de papel comercial de sociedades do GES aos balcões do banco. Esta alega que a medida de resolução, que levou à criação do Novo Banco, os lesou, ao considerar “um produto tóxico” e reclamam do Banco de Portugal (BdP) uma solução para as aplicações em dívida das sociedades do GES.

Em carta aberta dirigida já esta semana ao governador Carlos Costa, a Associação Os Indignados e Enganados do Papel Comercial sublinha que o antigo BES "lhes garantia [pelos seus investimentos] capital e juros" e que a medida de resolução determinou a perda das suas aplicações. 

Por isso, consideram-se "vítimas de uma venda agressiva e enganosa por parte dos gestores” que se mantêm no Novo Banco.

Os antigos clientes do ex-BES fazem notar: "Há quase um ano, em Março de 2014, sem sabermos o que se estava passar, o BdP reconheceu a existência de um abuso. Em consequência, o BdP prometeu o reembolso destes clientes. Primeiro, obrigando o BES a entregar uma garantia e mais tarde ao obrigar ao reconhecimento de uma provisão em valor suficiente para nos reembolsar. Com a resolução do BES, é dito primeiro que a provisão e intenção de reembolsar se mantém, entrando mais tarde numa zona cinzenta de indefinição, transformando-nos na 'batata quente' que todos querem sacudir."

 

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