Ofensiva dos rebeldes pró-russos contra Mariupol faz 30 mortos

Cidade portuária fica no caminho entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada por Moscovo no ano passado.

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O ataque fez também pelo menos 83 feridos OLGA IVASHCHENKO/AFP

Os rebeldes pró-russos lançaram uma ofensiva contra a estratégica cidade portuária de Mariupol, no Sudeste da Ucrânia, levando a responsável pela política externa da União Europeia a alertar contra a "grave deterioração" das relações com a Rússia.

Os responsáveis locais na cidade de Mariupol disseram que os ataques dos rebeldes mataram pelo menos 30 pessoas e feriram 83, na sequência do lançamento de rockets.

A cidade de 500.000 habitantes, localizada no Mar de Azov, é vital para as exportações de aço e cereais da Ucrânia, e fica no caminho entre a fronteira com a Rússia e a península da Crimeia, anexada em Março do ano passado por Moscovo.<_o3a_p>

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, prometeu defender o território ucraniano, e anunciou que irá reunir-se de emergência com o conselho de segurança do seu país, no domingo.<_o3a_p>

"Hoje foi lançada uma ofensiva contra Mariupol. É o melhor monumento para homenagear os nossos mortos", disse o líder rebelde Alexander Zakharchenko, citado pela agência russa RIA, durante uma cerimónia em Donetsk.<_o3a_p>

O líder dos rebeldes pró-russos disse ainda que está a ser planeado um cerco a Debaltseve – uma cidade localizada a Nordeste de Donetsk – nos próximos dias, segundo a agência Interfax.<_o3a_p>

Os combates no Leste da Ucrânia têm vindo a agravar-se nos últimos dias, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a culpar as autoridades de Kiev.<_o3a_p>

Na sexta-feira, os rebeldes pró-russos fizeram saber que desistiram de dialogar com o Governo ucraniano, e o Presidente Petro Poroshenko respondeu com uma declaração de força.<_o3a_p>

"Defendemos a paz, mas aceitamos o desafio do inimigo. Vamos proteger a nossa pátria", disse o chefe de Estado ucraniano. Kiev teme que os rebeldes (com a ajuda de militares russos, uma acusação que Moscovo sempre negou) estejam a abrir um caminho para ligar a Rússia à Crimeia.<_o3a_p>

O ataque contra Mariupol já foi condenado por Federica Mogherini, responsável pela política externa da União Europeia.<_o3a_p>

"Apelo à Rússia que use a sua considerável influência sobre os líderes separatistas e que ponha fim a qualquer forma de apoio militar, político ou financeiro", disse Mogherini.<_o3a_p>

O ataque deste sábado contra Mariupol começou logo pela manhã, segundo um dos habitantes, Leonid Vasilenko, de 76 anos, ouvido pela agência Reuters. "As paredes tremiam, os caixilhos das janelas tremiam, a tinta começou a cair das paredes. Escondi-me na cave, o que mais poderia fazer? Na cave conseguia ouvir a terra a tremer", disse a testemunha.

A guerra no Leste da Ucrânia começou em Abril do ano passado e já fez mais de 5000 mortos.

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