Região Norte com horários alargados em 85 unidades de saúde devido à gripe

Reforço da capacidade de resposta visa responder à chegada do pico da gripe neste Inverno.

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O alargamento dos horários tem permitindo uma média diária de 510 atendimentos fora das horas de expediente Rui Soares

Os horários de 85 unidades de saúde da região Norte foram alargados devido à gripe, permitindo uma média diária de 510 atendimentos fora das horas de expediente, anunciou a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN).

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho Directivo da ARSN, Luís Castanheira Nunes, disse que o alargamento começou no início do ano, mas está actualmente a ser reforçado devido à previsão de chegada do pico da gripe, de acordo com as necessidades apuradas por cada uma das unidades locais.

Devido a este reforço determinado pelos "dados conhecidos sobre a ocorrência de situações agudas fora do horário normal de funcionamento das unidades de saúde", em 19 dias (entre o dia 1 e segunda-feira) foram feitos, no total da região, "25 mil atendimentos a mais nos períodos de alargamento", referiu.

"Estamos a entrar no pico da gripe, de acordo com os dados epidemiológicos, e, porque fazemos uma monitorização diária aos doentes, os serviços foram ajustados a um aumento expectável da procura", justificou Castanheira Nunes.

No Porto, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da zona oriental da cidade iniciou hoje a "2ª Fase do Plano Local de Prevenção e Resposta para Infecções Respiratórias" com o alargamento do "atendimento complementar", fixado agora entre as 9h e as 21h aos fins-de-semana e feriados e entre as 20h e as 24h durante a semana.

A informação consta de um anúncio afixado nas instalações onde funciona o Atendimento Complementar (AT), comum à unidade de saúde do Covelo, onde até agora o atendimento complementar funcionava até às 23h de segunda a sexta-feira e até às 17h durante os fins-de-semana.

O ACES Porto Oriental serve 20 mil utentes distribuídos por 14 unidades de saúde de toda a zona oriental da cidade. O ACES Porto Ocidental funciona no Centro de Saúde da Carvalhosa.

"Na região Norte temos incentivado o contacto muito estreito entre as unidades de saúde primárias e os hospitais. O alargamento [do ACES Porto Oriental] foi definido em função do período de afunilamento da urgência do Hospital de S. João", esclareceu Castanheira Nunes.

Notando que a ARSN começou "em Outubro de 2014" a "desenvolver acções no sentido da prevenção e resposta a infecções respiratórias", Castanheira Nunes defendeu que, "para além de ter um plano, é importante monitorizá-lo".

"A alteração do perfil de procura [em situações de urgência] tem vindo a aumentar. Retirar os azuis e verdes [das pulseiras do protocolo de triagem de Manchester] dos hospitais, porque esses podem ser atendidos nos centros de saúde", notou.

Castanheira Nunes recordou ainda que a melhor forma de reagir perante os sintomas de gripe é contactar a linha gratuita Saúde 24 (808 24 24 24), que encaminha os utentes para os centros de saúde ou para os hospitais de acordo com o diagnóstico feito na altura.

Mais 145 camas nos hospitais
Vários hospitais da região Norte viram também aumentada a sua capacidade de resposta com a abertura de mais 145 camas, revelou o presidente da ARSN.

De acordo com Luís Castanheira Nunes, a subida na disponibilidade de camas ocorreu "desde o início do ano", nos centros hospitalares do Porto, Gaia/Espinho, Alto Ave, Médio Ave, Entre Douro e Vouga e Tâmega e Sousa, existindo ainda hospitais, como o de Santo António, no Porto, preparados para alargar a oferta "caso se justifique".

O reforço determinado pela ARSN foi feito na sequência da "monitorização diária" realizada "ao movimento de afluência aos hospitais", a qual se traduziu na constatação de que, devido à gripe, "o número de doentes com maior gravidade tem vindo a aumentar".

No caso dos centros hospitalares do Alto Ave, Médio Ave e Entre Douro e Vouga, a ARSN decidiu ainda, depois do aumento do número de camas hospitalares, recorrer aos acordos com as Misericórdias para proceder à "transferência de doentes já em convalescença".

Desta forma, explicou Castanheira Nunes à Lusa, libertaram-se nos referidos centros hospitalares camas para dar resposta a situações agudas.

"Atingindo o limite, foi preciso pedir a colaboração do sector social, com o qual já tínhamos acordos de cooperação", justificou.

O reforço aconteceu nos centros hospitalares do Porto, Gaia/Espinho, Alto Ave, Médio Ave, Entre Douro e Vouga e Tâmega e Sousa, existindo ainda hospitais, como o de Santo António, no Porto, preparados para alargar a oferta com mais camas, "caso se justifique".

A opção surgiu nos hospitais em que "a afluência e gravidade de doentes é bastante grande". "Há uma alteração do perfil de procura [nas urgências hospitalares] e tem de se dar resposta a essas necessidades", vincou.

A ampliação da resposta assistencial foi feita nos termos do acordo já existente entre a ARSN e as Santas Casas da Misericórdia da Póvoa de Lanhos, de Riba d' Ave e Castelo de Paiva.

O presidente do conselho directivo sublinhou a importância de "aumentar a oferta de serviços" e "adequar" a sua gestão às necessidades e destacou a chegada do pico da gripe, nomeadamente devido à subida dos casos provocados pela estirpe que não está coberta pelo plano vacinal de 2014/2015.

"Estamos a combater a guerra antes de ela começar", alertou, considerando que "a resposta dos profissionais" de Saúde "tem sido inexcedível".

 

 

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