Inglês: está definido o que as crianças terão de saber no 1.º ciclo

O MEC homologou as metas curriculares de Inglês para o 1.º ciclo, que se torna obrigatório no próximo ao lectivo para as crianças do 3.º ano.

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Não há contas feitas sobre o número de professores necessários se o Inglês se tornar obrigatório NELSON GARRIDO

As crianças que actualmente estão no 2.º ano e os respectivos pais já podem ter uma ideia do que o Ministério de Educação e Ciência (MEC) espera delas, quando, no próximo ano lectivo, se tornarem as primeiras a frequentar o Inglês obrigatório no 1.º ciclo. As metas curriculares – o documento que define quais os conhecimentos que terão de adquirir e as capacidades a desenvolver – foram homologadas pelo ministro Nuno Crato na passada sexta-feira.

Identificar membros da família restrita e alargada, os meios de transporte, os objectos da sala de aula, os números até 20, os meses e os dias da semana; conhecer vocabulário relacionado com as condições climatéricas, o vestuário, as cores; fazer frases que contenham nomes no plural e no singular, determinantes, pronomes pessoais e saber usar os verbos to be e to have (got)... Estes são exemplos do que se espera que as crianças saibam no fim do 3º ano, segundo as metas curriculares (também para o 4.º ano) que estão disponíveis na página da Internet da Direcção-Geral de Educação. Segundo informações trasmitidas pelo MEC, no próximo ano as crianças já terão disponíveis manuais escolares adequados.

Depois da criação do grupo de recrutamento de professores de Inglês para aquele ciclo, este é mais um de uma série de passos dados pelo Governo para assegurar “a todos os alunos do ensino básico a possibilidade de aprenderem a língua inglesa de maneira uniforme, inserida no currículo e com um grau de exigência apropriado, ao longo de sete anos”, tornando-o obrigatório entre o 3.º e o 9.º anos de escolaridade, refere o MEC através do gabinete de imprensa.

O alargamento da disciplina a todas as escolas (que se previa que se iniciasse no próximo ano, mas em projectos-piloto) foi anunciado na cerimónia de apresentação dos resultados do key for schools, um teste de diagnóstico de Inglês obrigatório no 9.º ano, que revelaram que cerca de 47% dos alunos daquele nível de ensino estavam nos dois patamares mais baixos do exame concebido pela Universidade de Cambridge. O presidente da Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI), Alberto Gaspar, disse na altura que os resultados traduziam “a existência infeliz da conjugação de dois factores” que a associação tinha vindo a apontar: a carga horária reduzida de Inglês e o número excessivo de alunos por turma. 

O ensino de inglês nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) foi generalizado aos quatro anos do 1.º ciclo em 2008. Em Junho de 2013, um diploma assinado por Nuno Crato abriu a possibilidade às escolas de transferirem o inglês para a parte curricular do 1.º ciclo, de frequência obrigatória, desde que tivessem meios para tal ou seja, professores. No mesmo diploma acabou-se com a obrigatoriedade da sua oferta nas AEC, ficando aquela decisão a cargo das escolas. Na sequência da polémica que se gerou, Nuno Crato defendeu que o Inglês deveria ser uma disciplina obrigatória no 1.º ciclo e pediu a ajuda do Conselho Nacional de Educação para reflectir sobre como fazer esta mudança.

Ana Neves, da Associação Nacional de Professores de Língua Inglesa (ANPLI), disse nesta segunda-feira, em declarações ao PÚBLICO, que “as expectativas centram-se agora nos ajustamentos aos programas do 2.º e 3.º ciclos”, que “terão de estar concluídos a tempo de se alterarem também os manuais escolares para o 5.º ano em 2017/2018”, quando atingirem aquele nível de ensino as crianças no próximo ano são abrangidas pelo Inglês obrigatório no 1.º ciclo. Vai no mesmo sentido a preocupação da Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI), que no parecer sobre as metas  pergunta: “As metas curriculares de Inglês para os 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico vão ser revistas à luz das novas Metas para o 1.º ciclo?”.
E resposta ao PÚBLICO, o MEC informou que os ajustamentos "já estão a ser preparados". 

 

 


 

 

 

 

 

 

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