Petróleo em mínimos com OPEP a manter metas de produção
Preço do barril de Brent caiu 37% desde o pico de Junho.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que reúne 12 dos maiores produtores mundiais, decidiu não reduzir o volume de produção, uma medida que poderia contrariar a grande queda de preços que se verifica desde Junho.
O desfecho da reunião que decorreu nesta quinta-feira, em Viena, é uma vitória da Arábia Saudita - que já tinha afirmado não estar preocupada com os preços baixos - sobre alguns dos países mais pobres, sobretudo a Venezuela, que têm defendido vigorosamente a necessidade de agir para fazer subir os preços.
“Foi uma decisão fantástica”, afirmou o ministro do Petróleo saudita, Ali al-Naimi, citado pela agência Reuters. A Arábia Saudita receava que um corte da produção determinado pela organização acabasse por levar o país a perder quota de mercado para outros exportadores, entre os quais os EUA, que não fazem parte da OPEP.
A Reuters descreve também que o representante venezuelano, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rafael Ramirez, saiu do encontro visivelmente enfurecido e sem prestar declarações.
O preço do barril de Brent, um dos indicadores mais relevantes para o preço do petróleo, caiu nesta quinta-feira para valores abaixo dos 72 dólares, o valor mais baixo dos últimos quatro anos. O Brent está em queda acentuada desde 19 de Junho, dia em que atingiu um pico de 115 dólares. Desde então, o preço caiu 37%.
A descida foi provocada por uma produção acima do previsto, nomeadamente por parte dos EUA, e também por um decréscimo da procura, reflexo do fraco crescimento económico da Europa e da China.
Um dos argumentos dos países da OPEP que se opunham a um corte na produção era o facto de esta medida ter de ser acompanhada por uma acção semelhante por parte dos produtores fora da organização.
Dois dias antes do encontro em Viena, a Arábia Saudita e a Venezuela tinham-se reunido com o México e a Rússia, que não integram a OPEP, mas a discussão terminou apenas com a intenção de se voltarem a encontrar dentro de alguns meses para avaliar a situação. A Rússia, cuja economia tem sofrido na sequência da guerra de embargos com os EUA e a Europa, afirmou que o preço do crude (o petróleo em bruto) não era uma questão crítica.