Apesar de o país ser apetecível para investidores árabes, TAP não suscitou interesse

Cavaco terminou, satisfeito, visita aos Emirados Árabes Unidos e enalteceu características do país perante fundos soberanos e empresários.

Foto
Presidente da República este reunido com o seu homólogo colombiano Foto: Adriano Miranda

Foi um Portugal quase paradisíaco aquele que o Presidente da República pincelou numa apresentação de 14 minutos a empresários e investidores dos Emirados Árabes Unidos esta quinta-feira num almoço no Dubai com representantes de fundos soberanos e empresários dos dois países. Um país promissor para o investimento que há pouco tempo implementou reformas económicas para conseguir um “ambiente empresarial estável” e até baixou os impostos, descreveu Cavaco Silva.

Perante os convidados, onde se incluía o presidente do fundo Shuaa Capital, o xeque Maktoum Hasher Al Maktoum, sobrinho do emir do Dubai, o Presidente contou que Portugal empreendeu há dois anos um “programa de profundas reformas estruturais em diversas áreas”, que se espera que melhorem o ambiente para os negócios.

O Governo “aumentou a flexibilidade do mercado de trabalho”, introduziu alterações para estimular a formação profissional e a reforma do Estado. “A fiscalidade foi reduzida, e também fizemos algumas melhorias na simplificação e eficiência da justiça económica”, acrescentou o Presidente. Recorde-se que o Governo e o PS chegaram a acordo para fazer algumas alterações ao regime do IRC, o principal imposto para as empresas.

Para tornar Portugal ainda mais apetecível, o Presidente da República falou do “sucesso” das privatizações, havendo ainda “alguns activos” para privatizar a curto e médio prazo. “Como a transportadora aérea”, mencionou, especificando que as regras estão agora em cima da mesa. Mas apesar de ter à mesa executivos da Ethiad, não houve manifestações de interesse na TAP.

“O comércio e o investimento nos nossos dois países estão muito abaixo do seu potencial. Os números, de certa forma, são um pouco desanimadores. Esta é uma das razões da minha visita.” Cavaco Silva afirmou que “a confiança mútua é muito importante”.

Aos jornalistas haveria de dizer mais tarde que a sua visita abre “um novo ciclo de relações” entre os dois países, realçando que os EAU têm um mercado bastante competitivo, um elevado poder de compra e “muitos recursos disponíveis”. Há, por enquanto, um engulho: “Senti que há ainda conhecimento insuficiente de Portugal”, admitiu, vincando que ficaram “abertas portas” que podem levar a “novas exportações e mais investimento em Portugal”. O primeiro passo estará já firmado: Cavaco contou que um empresário “terá firmado um importante negócio de exportação” com empresas do Dubai, que depois vende nos Emirados e na restante zona do golfo – mas não quis adiantar pormenores.

O Presidente convidou os empresários a visitarem Portugal onde estão os campos de golfe eleitos os melhores do mundo e onde existem as corridas de cavalos de que tanto gostam, e Paulo Portas ainda acrescentou que Portugal tem também a maior onda surfada, na Nazaré, que até fez capa do The Guardian. A comitiva presidencial chega a Lisboa esta sexta-feira pelas 12h.

 

O PÚBLICO viajou a convite do National Media Council dos EAU

Sugerir correcção
Ler 5 comentários