A Pefaco Portugal, empresa controlada pelo grupo espanhol Pefaco, quer ficar com a concessão de oito bingos portugueses, entre eles a sala de jogo do Benfico e do Boavista. A Autoridade da Concorrência (AdC) já foi notificada da operação.

O grupo Pefaco é uma holding espanhola com um capital de 52 milhões de euros. Foi fundado em 1995 por Francis Perez e Olivier Cauro, respectivamente presidente e o director-geral da empresa, e iniciou as primeiras actividades no Brasil através da aquisição de empresas de jogos locais.

Os seus negócios estão, agora, centrados em África, onde está estabelecida com a marca Lydia Ludic. De acordo com informação disponibilizada no seu site, este ano está a “angariar capital para acelerar o seu desenvolvimento internacional”. “O grupo Pefaco está em constante negociação de novas licenças, a fim de diversificar as suas actividades locais e estabelecer-se em novos países, através da sua expansão internacional”, descreve a empresa. Contactada, a Pefaco preferiu esperar pelo fim do processo de consulta pública da operação para falar sobre o negócio.

Na página do Turismo de Portugal há 12 bingos identificados em todo o país. Se o negócio avançar, a Pefaco fica, assim, com mais de metade das salas nacionais. A facturação destas empresas tem vindo a cair nos últimos anos. Nos primeiros seis meses de 2014, as receitas globais geradas do jogo cifraram-se nos 127 milhões de euros, menos 5,3% do que no mesmo período do ano passado.

Esta operação surge numa altura em que o Governo se preparar para legalizar o jogo online, actividade que vai permitir um encaixe de 25 milhões de euros de receitas para os cofres do Estado, de acordo com as estimativas do executivo. 

A autorização para o Governo legislar sobre a exploração deste negócio teve luz verde do Parlamento em Setembro e tem como objectivo a criação de um mercado regulado e a legalização do jogo virtual. A lei abrange também outros tipos de apostas e jogos e deverá ser publicada ainda este ano.

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