Podemos é a terceira força política espanhola, a dúvida é qual a sua força

Novo estudo de opinião prevê que o partido de Pablo Iglésias conquistaria o terceiro lugar nas legislativas do próximo ano, pouco atrás do PSOE.

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Pablo Iglesias, o lider do Podemos, é o único líder político que beneficia de uma opinião pública positiva em Espanha Andrea Comas/REUTERS

O muito esperado barómetro de Outubro do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) confirma que a disputa pelo poder em Espanha se transformou numa luta a três: a previsão dos resultados reais das próximas eleições, a realizar no fim de 2015 é de que o novo partido Podemos alcance 22,5%, ficando em terceiro lugar, logo a seguir ao PSOE, com 23,9% e que o Partido Popular (PP) sai vencedor, com 27,5%.

Os resultados do CIS – um organismo autónomo na dependência do Ministério da Presidência, que tem por missão o estudo científico da sociedade espanhola, através de estudos sociológicos periódicos – contrariam a sondagem divulgada pelo jornal El País no fim-de-semana. Feita pela Metroscopia, na segunda parte de Outubro, dava o Podemos como o provável vencedor das próximas legislativas. Previa que teria 27,7% enquanto o PSOE (socialistas) teria 26,2% o PP (agora no Governo) teria 20,07%.

O novo estudo do CIS também dá o Podemos como vencedor – mas só nas intenções de voto, ou seja, na resposta espontânea à pergunta “em quem votaria se as eleições fossem já amanhã?” A distribuição dos votos entre os três principais partidos seria de 17,6% para o Podemos, 14,3% para o PSOE e 11,7% para o PP.

Mas as intenções de voto não costumam corresponder ao que acontece quando os eleitores vão de facto às urnas, sobretudo por causa de todas as pessoas que escolhem a alternativa “não sei/não respondo” nas sondagens. Por isso, os dados são submetidos a um modelo de correcção para tentar fazer uma previsão mais realista, em que conta a experiência de eleições anteriores e outras informações, como o perfil socioeconómico dos inquiridos ou dos eleitores de cada partido. Cada organização que produz os inquéritos tem a sua própria fórmula, lê-se no blogue Verne do El Pais.

No entanto, o Podemos é um caso bicudo, se se tentar aplicar a experiência de outras eleições. Nunca um partido surgiu e cresceu com uma rapidez tão fulminante em Espanha, nem o sistema bipartidário foi posto em causa desde a Transição para a Democracia, processo completado em 1978.

Neste momento, o primeiro-ministro e líder do PP, Mariano Rajoy, é o político menos valorizado pelos espanhóis, e inspira pouca ou nenhuma confiança a 86,1% . Pedro Sánchez, o novo líder do PSOE, é visto da mesma maneira por 67,8% dos cidadãos. O CIS não pergunta o que pensam os espanhóis de Pablo Iglésias, o líder do Podemos. Mas a sondagem do El País dava-o como o único líder partidário com nota positiva.

 

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