Cronologia: sete meses entre a guerra aberta e a alta tensão

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Siegfried Modola/Reuters

Ano de 2014 idelevelmente marcado pela escalada da violência e pela destruição da Faixa de Gaza.

24 de Abril – Israel suspende negociações de paz com os palestinianos após o anúncio de reconciliação entre a Fatah, do presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento no poder em Gaza considerado terrorista por Israel, pelos EUA e pela UE. As conversações já estavam dadas como paradas após a insistência de Israel em construir novas casas em colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada.

12 de Junho – Três adolescentes israelitas – dois de 16 anos e um de 19 – são raptados na Cisjordânia. Israel lança uma grande operação de busca e de detenção de palestinianos, especialmente do Hamas, que Israel considera culpado pelo rapto.

30 de Junho – São encontrados os corpos dos três adolescentes, com provas a apontarem para disparos a curta distância. Nesta altura, tinham já sido detidos 400 palestinianos na maior operação de Israel na Cisjordânia desde a segunda Intifada (2000-2005) .

2 de Julho – Um palestiniano de 16 anos é levado de um bairro de Jerusalém Oriental. O seu corpo é encontrado horas mais tarde, queimado e com sinais de violência, numa floresta em Jerusalém Ocidental. Multiplicam-se motins em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia – e a violência e motins esporádicos não vão mais parar em Jerusalém. Grupos de Gaza lançam rockets contra Israel.

5 de Julho – Imagens mostram polícias israelitas agredir um adolescente palestiniano numa manifestação de protesto pela morte do palestiniano morto no ataque de vingança. Um dia depois, a polícia israelita detém suspeitos do assassínio dos adolescentes judeus.

8 de Julho – Israel começa uma operação militar em Gaza com o objectivo declarado de acabar com o disparo de rockets.

18 de Julho – Começa a incursão terrestre na Faixa de Gaza após dez dias de raides aéreos. O objectivo é alargado mais tarde para a destruição dos túneis subterrâneos entre a Faixa de Gaza e o Egipto, e que são usados sobretudo para contrabando e armas, e entre Gaza a Israel, que são usados sobretudo para raptos de soldados israelitas.

25 de Julho – Dezenas de milhares de palestinianos marcham de Ramallah até ao posto de Qalandya, perto de Jerusalém. Dois morrem em confrontos com as forças israelitas.

5 de Agosto – Após semanas de guerra, a Faixa de Gaza regista um grau de destruição nunca visto mesmo em anteriores conflitos (mais de 20 mil casas destruídas e mais de 100 mil danificadas, mais de mil edifícios industriais e mais de 4000 lojas destruídas, por exemplo). Morreram dois mil palestinianos (segundo a ONU, 70% das vítimas eram civis). Do lado de Israel morreram 72 pessoas (das quais 66 eram militares).

16 de Outubro – Palestiniano de 12 anos morto por um soldado israelita na Cisjordânia. Uma semana mais tarde morre um adolescente palestiniano-americano de 16 anos em confrontos com a polícia em Silwad, perto de Ramallah.

20 de Outubro – Dezenas de colonos israelitas mudam-se para Silwan, o bairro de Jerusalém Oriental perto do Pátio das Mesquitas, depois de terem comprado duas casas no bairro predominantemente árabe.

22 de Outubro – Palestiniano lança o carro contra o metro de superfície de Jerusalém, matando uma bebé de três meses e deixando gravemente ferida uma jovem do Equador recentemente convertida ao judaísmo, que acabou por morrer. O atacante, Abdel Rahman al-Shaludi, residente em Silwan, foi atingido a tiro por um polícia, e acabou por morrer num hospital.

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