Economia dos Estados Unidos cresce acima das expectativas dos analistas

O produto interno bruto registou um incremento de 3,5% no terceiro trimestre deste ano.

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"Não devíamos estar a condenar miúdos ou consumidores individuais a longas sentenças de prisão" Kevin Lamarque/REUTERS

Um dia depois de a Reserva Federal ter dado por finalizado o programa de estímulos, a economia norte-americana deu sinais de que mantém um rumo de crescimento sólido, ao contrário das nuvens que ensombram o desempenho europeu e de algumas potências asiáticas. Dados revelados esta quinta-feira mostram que o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 3,5% no terceiro trimestre, acima das expectativas dos analistas.

O valor divulgado fica abaixo dos 4,6% apurados para o segundo trimestre do ano, mas esta é a primeira estimativa divulgada pelo Departamento do Comércio, a que se seguirão duas revisões (em Novembro e Dezembro), incorporando novos dados, o que pode ainda influenciar o indicador final. Economistas ouvidos pela agência Bloomberg estimavam que o incremento do PIB tivesse sido de 3% (as projecções variavam entre os 2,1 e o 4%).

"O valor alcançado no segundo trimestre foi claramente uma recuperação do mau registo obtido nos três primeiros meses do ano (-2,1%), devido a condições climatéricas muito adversas. Agora, confirma-se que a economia está evoluir a um muito bom ritmo, à margem dessa recuperação", afirma Russel Price, economista-sénior na Ameriprise Financial, citado pela Bloomberg.

Redução do défice comercial com o exterior e ganhos no investimento público acabaram por acomodar algum recuo no consumo das famílias, mas os dados do Departamento do Comércio também mostram que o facto de a produção interna de petróleo ter aumentado, com consequências directas no preço dos combustíveis e da energia, acabou por desempenhar um papel importante no crescimento económico do trimestre.

Um quadro económico mais consolidado, sustentado também nos ganhos evidentes do mercado de trabalho - indicador que teve uma forte preponderância na decisão da Fed de acabar com o programa de estímulos (quantitative easing) - cria as condições, assinalam os analistas, para que o último trimestre do ano possa trazer uma mais evidente recuperação do consumo privado, tanto mais inclui o tradicional período de compras de natal e de fim de ano.

Num relatório separado, divulgado também esta quinta-feira, o Departamento do Trabalho mostra que o número médio de pedidos de subsídio de desemprego nas últimas quatro semanas, caiu para 281 mil, o que constitui o melhor registo desde Maio de 2000, segundo adianta a agência de informação económica.

 

 

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