Polícia não descarta pista terrorista no ataque que feriu dois polícias em Nova Iorque

Atacante, que feriu agentes com machado antes de ser morto a tiro, publicou na Internet mensagens radicais.

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O ataque aconteceu em plena luz do dia numa rua de Queens Shannon Stapleton/Reuters

As autoridades norte-americanas não descartam a hipótese de motivações terroristas no ataque que quinta-feira feriu dois polícias de Nova Iorque. O homem que os atingiu com um machado, antes de ser morto a tiro, colocou na Internet várias mensagens em que denunciava as acções militares americanas e pedia uma revolução no país.

Quatro polícias, todos saídos há poucos meses da academia, patrulhavam a pé uma rua de Queens quando, ao início da tarde, um fotógrafo amador lhes pediu para posarem para a câmara. Nesse momento um homem aproximou-se do grupo e, de machado na mão, desferiu um golpe contra um dos agentes, que sofreu um corte no braço ao tentar proteger-se. O atacante golpeou depois a cabeça de um segundo polícia, antes de ser morto a tiro pelos dois colegas que saíram ilesos.

Uma mulher de 29 anos que passava pelo local foi atingida por uma bala disparada pelos agentes, mas o hospital onde foi operada de emergência adianta que está fora de perigo. O estado de saúde do polícia ferido na cabeça é descrito como crítico, mas estável.

Imagens divulgadas pelas câmaras de segurança mostram o homem, que vários jornais identificaram como Zale Thompson, de 32 anos, a tirar o pequeno machado de uma mochila, erguendo-o à medida que se aproxima dos polícias.

“Até este momento, não existe um motivo conhecido para o ataque”, afirmou o comissário de polícia William Bratton, sobre a possibilidade de se ter tratado de uma acção terrorista. O ataque aconteceu um dia depois de Michael Zehaf-Bibeau, um canadiano que tinha ligações a islamistas sob suspeita, ter disparado vários tiros dentro do Parlamento de Otava depois de ter matado um militar que guardava o túmulo do soldado desconhecido.

O grupo SITE, especializado na monitorização de fóruns e páginas de jihadistas, anunciou nesta sexta-feira que Zale Thompson publicou no mês passado um vídeo num fórum de simpatizantes do Estado Islâmico em que afirmava que “a jihad é uma resposta justificável à opressão dos sionistas e cruzados”.

O grupo adianta ainda que várias publicações deixadas por Thompson no YouTube e Facebook mostram que ele tinha “uma inclinação ‘ultra-racial’ em contextos às vezes religiosos, outras vezes históricos, dando a entender inclinações extremistas”. Numa conta na rede social com o nome do atacante, surgem várias mensagens em que se apela a um levantamento da população negra e incitações ao uso de métodos de guerrilha contra o aparelho militar e de segurança dos EUA.

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