Ataques aéreos na Síria já fizeram mais de 500 mortos, diz Observatório

A larga maioria pertence ao Estado Islâmico e é estrangeira, mas há também mais de 30 vítimas civis.

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Bombardeamentos na Síria começaram a 23 de Setembro Aris Messinis / AFP

Os ataques aéreos da coligação internacional contra alvos sírios do autoproclamado Estado Islâmico provocaram mais de 500 mortos, na sua esmagadora maioria jihadistas. O balanço assinala um mês desde que os EUA e vários países árabes iniciaram os raids e foi revelado esta quinta-feira pelo Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH).

Desde o primeiro ataque, a 23 de Setembro, morreram 553 pessoas, das quais 464 pertenciam ao Estado Islâmico, 57 à Frente al-Nusra (um ramo da Al-Qaeda na Síria) e 32 eram civis, entre os quais seis crianças e cinco mulheres. O Observatório – uma organização não-governamental que recolhe dados a partir de uma rede de activistas no terreno – indica ainda que, entre as baixas do Estado Islâmico, “a maioria não era síria”.

Porém, a organização adverte que “o número verdadeiro de vítimas entre o EI é superior (…), devido ao extremo secretismo do ISIS [Estado Islâmico do Iraque e do Levante] acerca das suas baixas e às dificuldades em aceder às áreas” bombardeadas.

Os serviços de informação norte-americanos estimam que o Estado Islâmico tenha mais de 30 mil combatentes na Síria e no Iraque – países onde controla vastas parcelas de território –, dos quais cerca de 15 mil são estrangeiros recrutados em 81 países.

O Pentágono tem afirmado não ter fontes credíveis que lhes permitam confirmar a morte de civis por causa dos ataques aéreos, dizendo apenas que os 135 raids realizados já fizeram “centenas de mortos”. “Os ataques atrasaram o avanço do ISIS, mataram centenas dos seus combatentes e destruíram ou danificaram várias peças e equipamento de combate e posições de batalha”, disse esta semana o comando central norte-americano, através de um comunicado.

Os EUA, em conjunto com os seus aliados, começaram por bombardear no início de Setembro as posições jihadistas no Iraque, numa altura em que o Estado Islâmico controlava alguns dos principais poços petrolíferos do país. Para além do apoio de vários países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia ou a Arábia Saudita, no Iraque a coligação conta ainda com a parceria da França e do Reino Unido e de vários outros países ocidentais.

Mais tarde, os ataques estenderam-se à Síria – mas agora apenas com uma coligação norte-americana e árabe –, onde actualmente a prioridade é impedir a tomada de Kobani, cidade perto da fronteira com a Turquia e que tem sido defendida pelas milícias curdas. Nas últimas semanas, o Estado Islâmico avançou para várias cidades da região, precipitando a fuga de 200 mil pessoas para a Turquia.

O parlamento do Curdistão iraquiano aprovou na quarta-feira o envio de peshmerga (combatentes) para apoiarem as unidades de protecção curdas, o YPG, na defesa de Kobani. Esta quinta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou, segundo a AFP, que o parlamento curdo fixou em 200 o número de combatentes que devem ingressar na defesa de Kobani. Os curdos, que têm mantido os jihadistas às portas da cidade síria, têm insistido na necessidade do reforço das suas fileiras.

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