Directora dos serviços secretos demite-se após falhas na segurança a Obama

Revelações de que um intruso entrou na Casa Branca e que o Presidente esteve num elevador com um homem armado levam Julia Pierson a deixar o cargo.

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Julia Pierson assumiu o cargo após um escândalo com agentes da segurança do Presidente e sai após falhas na segurança de Obama Jim Watson/AFP

Primeiro surgiu a notícia de que um homem se conseguiu infiltrar na Casa Branca, com várias falhas por parte da segurança. Depois foi a revelação de que o Presidente tinha partilhado um elevador com um homem armado.

O escrutínio a falhas na segurança do Presidente americano levou ao questionamento, pelo Congresso, da directora dos serviços secretos dos EUA, Julia Pierson. Depois da audiência, Pierson pôs o cargo à disposição. A ex-directora trabalhava há 30 anos nos serviços secretos.

Um antigo soldado, Omar Gonzalez, 42 anos, escalou a vedação da Casa Branca, correu pelo relvado, entrou no pórtico norte através de uma porta destrancada, derrubou um agente e foi apanhado por outro agente quando estava já dentro de uma das salas da residência oficial do Presidente dos EUA, a chamada "East Room", dedicada a recepções oficiais. Tinha uma faca, e no carro a polícia encontrou depois outras armas e munições.

A imprensa americana revelou entretanto outro caso: segundo o Washington Post, agentes dos serviços secretos deixaram inadvertidamente um homem armado entrar num elevador em que estava Barack Obama numa visita em Setembro à autoridade de saúde Centers for Disease Control (CDC) em Atlanta. O homem tinha ainda registo criminal – três condenações, segundo o jornal. O homem chamou a atenção por se recusar a deixar de filmar o Presidente com o telemóvel, e depois de Obama sair, foi questionado e aí descobriu-se que estava armado e que tinha cadastro. Pierson só terá informado o Presidente deste incidente minutos antes de ser revelado na imprensa, diz o New York Times. A demora foi mal vista pelo staff de Obama. 

Antes, tinham ocorrido outros problemas com a segurança presidencial: em Março, três agentes do serviço de protecção do Presidente foram afastados depois de alegadamente terem saído à noite em Amesterdão onde beberam tanto que um dos agentes foi encontrado desmaiado num corredor do hotel em que estava um dia antes da chegada de Obama à Europa. Funcionários do hotel alertaram a embaixada dos EUA.

Outro lapso ocorreu durante o funeral de Nelson Mandela, quando um intérprete de língua gestual que afinal não sabia nada de língua gestual partilhou o palco com Obama. O homem tinha credenciais de segurança falsas e a segurança presidencial criticou os responsáveis pela segurança da África do Sul.

Outro escândalo no estrangeiro com agentes da protecção presidencial, em Março de 2012, tinha levado à demissão do anterior responsável e à nomeação de Pierson para o cargo: onze agentes foram mandados de volta para os EUA de Cartagena, México, onde decorria a Cimeira das Américas, depois de terem sido apanhados a pedir prostitutas para o seu hotel.

Ainda antes disso, em 2009, duas estrelas de televisão conseguiram passar dois controlos de segurança e encontrar o Presidente Obama num jantar dedicado ao então primeiro-ministro indiano Manmoan Singh. 

Joseph Clancy, um antigo agente da divisão de segurança presidencial, vai assegurar interinamente o cargo, e já foi ordenada uma revisão dos protecedimentos de segurança e um inquérito para apurar falhas. 

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