Greve de pilotos da Air France cancela seis voos de e para Lisboa na quarta-feira
Os pilotos contestam a transferência dos comandantes para a companhia aérea de baixo custo Transavia.
A greve de pilotos da Air France vai levar ao cancelamento de, pelo menos, seis voos com partida e destino ao aeroporto de Lisboa na quarta-feira, segundo a informação publicada no site da ANA - Aeroportos de Portugal.
De acordo com a informação da ANA, disponível ao final da tarde, foram cancelados dois voos que a Air France deveria realizar na quarta-feira com partida do aeroporto da Portela e destino ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 11h55 e às 18h40. Foram também cancelados quatro voos da Air France provenientes do aeroporto Charles de Gaulle com destino a Lisboa, onde deveriam chegar às 11h05, às 14h35, às 17h50 e às 22h20 de quarta-feira.
Na origem dos cancelamentos está uma greve de pilotos da Air France, em protesto contra o plano de reestruturação da filial de baixo custo da transportadora, a Transavia (empresa independente do grupo Air France-KLM).
A paralisação, que começou no dia 15, foi convocada pelo sindicato que representa a maioria dos pilotos daquela companhia (o SNPL) e deveria ter terminado na segunda-feira, mas os pilotos decidiram prolongá-la até sexta-feira.
Os pilotos manifestaram-se nesta quarta-feira junto à Assembleia Nacional, em Paris, enquanto o secretário de Estado dos Transportes, Alain Vidalies, veio apelar ao fim da paralisação, considerando que a greve não tem razão de ser. “Penaliza os clientes e dificulta o futuro da companhia e de todo o pessoal”, afirmou.
Na segunda-feira, os pilotos da Air France rejeitaram uma “última” proposta da administração da companhia para suspender provisoriamente o projecto de desenvolvimento da Transavia, por considerarem que isso não resolveria o problema.
Os pilotos, que consideram que as suas condições laborais irão sofrer uma deterioração, opõem-se à transferência dos comandantes para a companhia aérea de baixo custo e criticam que esta seja constituída como uma empresa sujeita às regras do direito europeu, e não francês, o que levará à deslocalização dos postos de trabalho.
Cada dia de greve representa um prejuízo entre dez a 15 milhões de euros, segundo dados da empresa, que tem aconselhado os viajantes a adiar os voos para depois da greve. A paralisação dos pilotos é considerada a maior desde a greve que estes profissionais fizeram em 1998.