Fidelidade entra na corrida pela ES Saúde

Seguradora oferece 4,72 euros por acção. Negociação das acções da ES Saúde em bolsa já superam a oferta.

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Grupo liderado por Guo Guangchand deverá reforçar controlo da Fidelidade. Daniel Rocha

A Fidelidade vai avançar com uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Espírito Santo Saúde e propõe-se pagar 4,72 euros por cada acção. Esta é a terceira OPA lançada sobre a empresa do grupo Espírito Santo, que detém o Hospital da Luz e o Hospital de Loures (em regime de parceria público-privada), depois das iniciativas dos mexicanos da Ángeles e da José de Mello Saúde.

A decisão de entrar na corrida foi tomada ainda ontem e o anúncio preliminar já foi entregue à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). De acordo com o comunicado publicado esta terça-feira na página electrónica da CMVM, a Fidelidade, que é detida pela Fosun, propõe-se pagar 4,72 euros por acção, mais 22 cêntimos do que a oferta apresentada pela Ángeles.

No comunicado publicado pela CMVM, a Fidelidade põe como condição para que a OPA se efective a obtenção de 50,1% das acções e dos direitos de voto, ou seja, pretende ficar com uma posição maioritária. A mesma condição foi também imposta quer pela Ángeles, quer pelos Mello.

A Fidelidade compromete-se ainda a prosseguir a actividade empresarial desenvolvida pela ES Saúde, “mantendo as grandes linhas estratégicas definida pelo conselho de administração e apoiando a expansão da actividade”. A seguradora entende que, a concretizar-se, o negócio “poderá trazer sinergias e valor acrescentado para o grupo” de que faz parte.

O grupo Ángeles começou por oferecer 4,30 euros por acção, mas entretanto reviu a sua proposta para 4,50 euros. A OPA decorre até 3 de Outubro, mas há a expectativa de que o prazo possa ser prolongado, devido ao aparecimento de ofertas concorrentes. O Grupo José de Mello apresentou também uma oferta de 4,40 euros e, de acordo com os jornais económicos, preparava-se para rever em alta o valor da oferta ainda esta semana.

Entretanto, esta terça-feira, a CMVM decidiu suspender a negociação das acções da ES Saúde na Bolsa de Lisboa para que a oferta da Fidelidade seja analisada. A entidade liderada por Carlos Tavares decidiu "a suspensão da negociação das acções da Espírito Santo Saúde, de modo a permitir a análise da informação divulgada sobre a sociedade emitente", referia um comunicado divulgado esta madrugada.

A suspensão foi levantada uma hora depois da abertura da praça lisboeta, referindo a CMVM que "os motivos que justificaram a suspensão" já não se verificam.

A negociação das acções da ES Saúde foi retomada em alta. Pelas 9H25, os investidores estavam a pagar 4,81 euros por acção, ultrapassando a oferta apresentada pela Fidelidade.

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