Estado Islâmico desafia apoiantes a matar americanos e europeus

Apelo foi feito numa mensagem divulgada na Internet e surge em resposta aos ataques aéreos contra o grupo.

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"Matai não importa de que maneira", diz o porta-voz do grupo jihadista AFP (arquivo)

É a resposta do Estado Islâmico (EI) à coligação que os Estados Unidos estão a montar para combater o grupo que proclamou um califado entre a Síria e o Iraque. Numa mensagem divulgada na Internet, o grupo desafia os seus seguidores a matarem os cidadãos dos países que se aliarem a Washington, sejam “civis ou militares”.

A gravação, que se segue aos vídeos com as execuções de três ocidentais – dois jornalistas norte-americanos e um britânico que trabalhava para uma ONG – surge dias depois de o Governo francês ter anunciado que os seus aviões começaram já a atacar alvos dos jihadistas no Iraque.

“Se puderdes matar um infiel americano ou europeu – em particular os ímpios e porcos franceses – ou um australiano, canadiano ou qualquer cidadão de um país que tenha entrado na coligação contra o Estado Islâmico, confiai em Alá e matai não importa de que maneira”, afirma Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz dos jihadistas de acordo com uma transcrição da mensagem divulgada pelo SITE, grupo especializado na monitorização de fóruns radicais.

“Matai os infiéis, quer sejam civis, quer sejam militares”, acrescenta o jihadista, indicando vários métodos que podem ser usados para cumprir o crime sem equipamento militar, incluindo o atropelamento, o envenenamento ou atirar alguém de grande altura.

Os serviços de informação calculam que haja centenas de europeus (e algumas dezenas de norte-americanos) a combater nas fileiras do Estado Islâmico e mostram-se preocupados com a possibilidade de muitos regressarem aos países de origem para aí lançarem ataques.

A mensagem do EI vai mais longe, dirigindo-se a potenciais seguidores sem experiência de combate e ajudará a justificar níveis redobrados de alerta nos EUA e na Europa, numa altura em que Washington tenta obter o máximo de apoios, entre aliados e países vizinhos do Iraque e da Síria, à estratégia de longo prazo para combater os radicais. Até ao momento, apenas Paris participa nos ataques aéreos mas, ao contrário dos norte-americanos, exclui alargar as operações à Síria, onde o EI ganhou forças no combate ao regime de Bashar al-Assad.

Na mensagem, Adnani refere-se a essa coligação, assegurando que será “a última campanha dos cruzados” contra os países muçulmanos. “Eles serão destruídos e derrotados, da mesma maneira que as anteriores campanhas foram destruídas e derrotadas”.

O dirigente radical lança ainda um idêntico apelo à acção aos grupos jihadistas activos na península do Sinai para redobrarem os ataques contra as forças de segurança do Egipto. “Minai as estradas deles com explosivos. Atacai as suas bases, investi contra as suas casas. Cortai as suas cabeças. Não deixeis que eles se sintam seguros”.

Desde o derrube do Presidente Mohamed Morsi, o primeiro chefe de Estado democraticamente eleito do Egipto, os grupos radicais aproveitaram a instabilidade e intensificaram os ataques contra a polícia e o Exército, provocando centenas de mortos. As autoridades egípcias reconheceram já que os radicais, que têm as suas bases no vasto e poroso deserto de Sinai, estarão a coordenar acções com o Estado Islâmico, apesar de dizerem não ter informações sobre a presença de membros daquele grupo no seu território.

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