Air France admite suspender reestruturação da low cost Transavia até Dezembro

Pilotos terão agora de decidir se suspendem a greve que já dura há oito dias.

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Reuters

A companhia aérea Air France admite suspender até Dezembro a reestruturação da sua filial low cost Transavia, nomeadmente a criação da Transvia Europa, um projecto que provocou uma greve de pilotos, que já dura há uma semana. Esta é uma das propostas que a empresa fez esta segunda-feira aos pilotos, na tentativa de travar um protesto que está a causar milhões de euros de prejuízo à empresa.

Numa entrevista ao Le Monde, o presidente da empresa, Alexandre de Juniac, revelou que a última proposta feita aos pilotos esta segunda-feira passa pela suspensão, até ao final do ano, do projecto da Transvia Europe, que deveria passar a operar a partir de vários aeroportos europeus, nomeadamente na Alemanha e em Portugal.

O responsável diz que se trata de "uma última proposta", que visa pôr fim a uma greve "infundada".

Em contrapartida, Alexandre de Juniac propõe-se aumentar, de 14 para 37 aviões, a frota da Transvia France, a filial de voos baixo custo criada em 2007. Se os pilotos não aceitarem, o responsável ameaça que “denunciaremos o acordo de criação da Transvia France, actualmente em vigor”, e que prevê que os pilotos possam ser transferidos da Air France para a Transvia de forma voluntária e sem perda de rendimentos.

Os pilotos deverão decidir agora se desconvocam a greve, que esta segunda-feira entra no oitavo dia consecutivo, e que levou a companhia aérea a suspender mais de metade dos voos na última semana.

Por outro lado, a Air France comunicará durante o dia de hoje o seu plano de "saída da crise", precisou a cadeia de televisão BFM TV.

Cada dia de greve implica uma perda de entre 10 e 15 milhões de euros, segundo os dados da empresa, que desde o início da paragem tem proposto aos viajantes adiar os voos para uma nova data, até 8 de Outubro, sem gastos suplementares, sempre e quando existam lugares disponíveis.

Os pilotos, que acreditam que as respectivas condições laborais sofrerão uma deterioração, opõem-se à transferência para a nova companhia low cost e criticam o facto de esta se constituir como uma empresa sujeita às normas do direito europeu, e não francês, que implicará uma deslocalização de postos de trabalho, asseguram.

A direcção da Air France decidiu avançar com a criação da Transavia Europe com o objectivo de "captar o crescimento" das companhias low cost e depois de terem já sido criadas duas empresas de baixo custo dentro do universo da empresa, a Transavia France e a Transavia Pays-Bas.

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