Espanha, França e Estados Unidos são os países com maior peso no número de filiais estrangeiras em Portugal, mas quando se faz a conta à origem do capital economicamente mais relevante, medindo a riqueza gerada pelas filiais, é a Alemanha que lidera.

Os dados, publicados nesta sexta-feira, são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e dizem respeito a 2012. As filiais de empresas alemãs foram as que mais aumentaram o seu peso no valor acrescentado bruto (VAB) gerado pelas filiais estrangeiras entre 2008 e 2012.

Nesse ano, 17,7% da riqueza gerada por filiais estrangeiras tinha origem em empresas controladas por companhias alemãs. Quatro anos antes, esta percentagem era de 15%, o que colocava a Alemanha em quarto lugar, atrás de Espanha, França e Estados Unidos.

Já quando se olha para o número de empresas, estes três países continuam à frente. As empresas espanholas lideram, controlando 26,2% das filiais, seguindo-se companhias francesas, com 14,6%, e norte-americanas, com 10,1%. Neste indicador, a Alemanha surge em quarto, controlando 8,4% das filiais de empresas estrangeiras a operar no mercado português. Neste ranking, a Alemanha também ganhou terreno – subiu uma posição, ficando à frente do Reino Unido.

A maioria (80,6%) era controlada por empresas europeias, seguindo-se o continente americano (15%), a Ásia (3,4%), África e a Oceânia com um peso já muito residual, de 1% no seu conjunto.

Embora de todas as empresas (não financeiras) a operar no mercado português só 1,4% fossem filiais de empresas estrangeiras, o volume de negócios representava uma fatia importante, de 21,8% (e de 19,9% se se considerar a riqueza gerada).

É no comércio que a presença de capitais estrangeiros era mais significativa. Em 2012, assumia já mais de um quarto do valor acrescentado bruto (28,2%) e abrangia 14,6% do número de trabalhadores.

Enquanto nas empresas portuguesas pouco mais de 5% são exportadoras, no caso das filiais estrangeiras o sector exportador está mais presente, havendo cerca de 28% de companhias vocacionadas para o comércio internacional. A Autoeuropa, do grupo Volkswagen, é a empresa de capitais alemães que mais exporta.

Nas filiais, a taxa de sobrevivência das empresas é superior. Segundo o INE, “mais de 85% das filiais nascidas em 2008 ainda existiam em 2012, enquanto nas sociedades nacionais esta taxa era de apenas 58,4%.