Dilma distancia-se de Marina Silva na mais recente sondagem

Actual Presidente cava diferença de sete pontos, embora candidata do PSB tenha ligeira vantagem numa eventual segunda volta.

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Dilma Rousseff recuperou terreno a Marina Silva Paulo Whitaker / Reuters

Dilma Rousseff passou de uma vantagem de três para sete pontos percentuais sobre Marina Silva na mais recente sondagem. A pouco mais de duas semanas das eleições presidenciais no Brasil, o estudo da Datafolha atribui 37% das intenções de voto à actual Presidente e 30% à missionária evangélica.

Aécio Neves, candidato do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), continua em terceiro lugar, subindo de 15% para 17% desde a última sondagem da Datafolha, a 8-9 de Setembro.

As críticas cerradas a Marina Silva nas últimas semanas parecem ter surtido efeito, com a candidata da coligação “Unidos pelo Brasil” a descer três pontos percentuais. Ainda assim, numa eventual segunda volta contra Dilma Rousseff, a candidata da coligação liderada pelo PSB soma 46% das intenções de voto contra 44% da actual Presidente, o que se considera um empate técnico – no final de Agosto, Marina chegou a ter dez pontos de vantagem numa eventual segunda volta.

Olhando para o historial das sondagens da Datafolha, este é o momento mais complicado para Marina Silva desde que, em meados de Agosto, ascendeu ao lugar de cabeça de lista da coligação, após a morte de Eduardo Campos num acidente aéreo.

O texto de análise da sondagem publicado na Folha de São Paulo refere que as curvas das intenções de voto suscitam duas dúvidas.

A primeira é saber se o entusiasmo do eleitorado por Marina Silva vai continuar a diminuir devido aos ataques cerrados de que tem sido alvo por parte de Dilma Rousseff e Aécio Neves, ou se eficácia desses ataques vai diminuir.

A segunda: será Aécio Neves capaz de ultrapassar Marina Silva na recta final da campanha eleitoral? Recorde-se que a diferença entre um e outro já chegou a ser de 20 pontos no início de Setembro. Agora é de 13 pontos.

Um dado da sondagem que pode indicar uma tendência irreversível de enfraquecimento da campanha da ecologista é o aumento da sua taxa de rejeição. Pela primeira vez, a percentagem de eleitores que dizem que não votariam nela de forma alguma (22%) está acima da de Aécio Neves (21%).

A primeira volta das eleições presidenciais do Brasil está agendada para 5 de Outubro, com uma eventual (e provável) segunda volta a decorrer a 26 de Outubro.

Rousseff tem prometido expandir os programas de apoio social que são extremamente populares no Brasil e que permitiram reduzir a pobreza e as desigualdades durante os 12 anos do Partido dos Trabalhadores no poder. Mas as suas políticas de intervencionismo na economia provocaram duras críticas por parte dos investidores.

Marina Silva, uma ambientalista evangélica, transformou-se numa ferrenha activista anti-corrpução e tem feito campanha contra os velhos partidos instalados no poder, prometendo restaurar a confiança no governo. A mensagem tem sido passada com facilidade num país onde as pessoas se dizem fartas de políticos corruptos.

A sondagem também sugere que, por enquanto, Dilma Rousseff não foi prejudicada pelo escândalo da Petrobrás que envolvia, segundo um executivo da petrolífera que está agora na prisão, o pagamento de subornos a dezenas de políticos, incluindo vários aliados da Presidente.

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