A noite de Brahimi no recorde portista na fase de grupos

Franco-argelino fez hat-trick contra o BATE Borisov e contribuiu decisivamente para a vitória mais folgada de sempre do FC Porto na fase regular da Liga dos Campeões

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Brahimi, o homem da noite, abraçado por Danilo e Quaresma Miguel Riopa/AFP

O primeiro encontro do FC Porto com uma equipa da Bielorrússia foi muito positivo para os portistas. O primeiro do BATE Borisov com Yacine Brahimi, para o clube bielorrusso, nem por isso.

Depois de na época passada ter sido travado na Liga dos Campeões pelo registo em casa, onde não conseguiu vencer, o FC Porto assegurou nesta quarta-feira, Estádio do Dragão, o seu maior triunfo de sempre na fase de grupos da prova (6-0). O franco-argelino marcou metade dos golos – todos de belo efeito – e tornou-se o sexto jogador dos “dragões” a fazer um hat-trick na prova.

A formação de Julen Lopetegui, com uma exibição de gala, entrou com o pé direito na fase de grupos e no jogo. Brahimi marcou, logo aos 5’, o golo mais madrugador de sempre da equipa no Dragão nesta competição, graças à sua qualidade e à falta dela na reposição de bola do guarda-redes do BATE, Sergei Chernik. O reforço portista marcou ainda, numa jogada individual e num livre directo, o segundo e o quarto. Jackson Martínez voltou a facturar e o espanhol Adrián López e o camaronês Vincent Aboubakar estrearam-se a marcar pela equipa.

De uma só vez, os “dragões” fizeram mais dois golos do que no total dos seis jogos realizados na época anterior na competição. O adversário revelou muita fragilidade, mas o FC Porto fez quase tudo bem, teve eficácia a corresponder – na primeira parte, fez três golos em seis remates – e até poderia ter conseguido um resultado mais dilatado.

A conjugação destes factores – a inspiração de Brahimi talvez seja o de maior responsabilidade – valeu aos “azuis e brancos” a sua quarta maior goleada de sempre na Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus e iguala a sua quinta maior goleada europeia. E, na fase de grupos da prova, ultrapassou os 5-0 obtidos sobre o Werder Bremen, na Alemanha, em 1993-94.

Ricardo Quaresma e Adrián López foram titulares, com a novidade do espanhol surgir atrás do ponta-de-lança. Mas o primeiro golo não se deveu a nenhuma novidade. O erro foi de Chernik, que, com as mãos, colocou a bola directamente em Brahimi e este, depois de superar um adversário, não falhou. Mikhail Gordeychuk, na grande oportunidade dos visitantes e no único remate que fizeram até ao intervalo, teve oportunidade de empatar pouco depois, mas Fabiano resolveu. A partir de então, esteve perto de dobrar a vantagem. Jackson atirou ao poste (13’) e o remate de Maicon (27’) foi defendido pelo guarda-redes.

Num contra-ataque, Brahimi, que jogou no lado esquerdo do ataque, encarou os adversários numa combinação de técnica e aceleração e a bola só parou dentro da baliza do BATE Borisov (32’). Cinco minutos depois, Jackson fez o 3-0, após centro de Danilo. Foi a oitava ocasião que o FC Porto marcou pelo menos três golos até ao intervalo nas provas europeias, a primeira vez na fase de grupos da Liga dos Campeões e a primeira vez desde Julho de 2001 (contra os galeses do Barry Town).

Por esta altura já se percebia que o BATE Borisov, vencedor de dez dos 23 campeonatos que houve na Bielorrússia desde a extinção da União Soviética, incluindo os últimos oito, seria incapaz de cometer qualquer tipo de surpresa, como conseguiu há dois anos, quando ganhou ao Lille e ao Bayern Munique, uma das três derrotas do gigante alemão nessa temporada perfeita em que acabou campeão europeu.

Na segunda metade, Jackson voltou a acertar nos ferros (51’) e Brahimi a marcar. Chegou ao seu terceiro golo num livre directo (57’) semelhante ao obtido contra o Lille e, juntou-se na lista dois hat-tricks na Liga dos Campeões, ao compatriota Madjer, outro jogador que entusiasmou os adeptos, e ainda a Juary, Gomes, Deco e Pena.

No minuto seguinte, antes de sair para os aplausos de pé dos adeptos, o médio-ofensivo esteve perto do 5-0, mas o próximo a fazer funcionar o marcador foi Adrián, após um pontapé de canto (61’). O resultado do 200.º jogo dos portistas na Liga dos Campeões (88 vitórias, 47 empates e 65 derrotas) foi encerrado num lance entre suplentes: Tello assistiu, Aboubakar marcou (76’).

O 201.º, contra o Shakhtar Donetsk, na Ucrânia, terá maior grau de dificuldade. Antes, o FC Porto terá dois compromissos com história no campeonato: primeiro o Boavista em casa, depois o Sporting em Alvalade.

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