Bruxelas defende venda rápida do Novo Banco

Comissão sugere que a alienação poderá ser feita em partes.

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Bento elogiou o sucessor Nuno Ferreira Santos

A Comissão Europeia defende que o Novo Banco deve ser vendido o mais rapidamente possível e que a alienação do banco pode ser feita em partes a vários interessados.

"De forma a ser viável, [o Novo Banco] deve ser vendido e integrado num banco que seja capaz de continuar as suas actividades de maneira viável", disse hoje o porta-voz do comissário da Concorrência, Joaquín Almunia, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia.

Já posteriormente, em resposta escrita à Lusa, a Comissão Europeia acrescentou que "quanto mais rápido a venda acontecer" melhor, uma vez que esta é a melhor maneira de "a viabilidade dos activos poder ser assegurada".

Sobre o modo como essa alienação pode acontecer, Bruxelas fez questão de explicitar que "os activos não precisam de ser vendidos em bloco a uma entidade", podendo ser tomada a opção de vender "em separado a várias entidades".

Ainda na conferência de imprensa, o porta-voz da Comissão não se pronunciou especificamente sobre situação do banco e a saída da equipa de gestão liderada por Vítor Bento, pouco mais de um mês após o Novo Banco ter sido criado, acrescentando apenas que Bruxelas está "confiante de que a nova equipa [de gestão] vai concretizar os compromissos" incluídos na decisão de Agosto da Comissão Europeia, que deu luz verde à medida de resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Bento elogia sucessor
A administração do Novo Banco comunicou, na semana passada, ao Banco de Portugal a sua intenção de sair do Novo Banco, uma notícia avançada pelo semanário Expresso e que foi confirmada por Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato no sábado.

No domingo, o Banco de Portugal anunciou a nomeação de novos administradores para o Novo Banco, que será presidido por Eduardo Stock da Cunha e que incluirá ainda Jorge Freire Cardoso (administrador da Caixa Geral de Depósitos), Vítor Fernandes e José João Guilherme.

Uma das principais missões dos novos membros será a de criar "uma estrutura accionista estável", disse o Banco de Portugal, usando uma expressão já anteriormente utilizada.

O presidente demissionário do Novo Banco, Vítor Bento, escreveu hoje aos colaboradores e clientes da instituição, justificando a saída do conselho de administração e destacando o "profissionalismo" e "experiência" do seu sucessor.
"Estou convicto de que esta mudança ocorre no momento mais oportuno para o efeito", escreve Vítor Bento na comunicação interna aos colaboradores, a que a Lusa teve acesso, acrescentando que "estão praticamente resolvidas as questões mais complexas e desgastantes da transição do regime do banco".

Segundo Vítor Bento, "libertando a nova equipa daquele desgaste", a actividade do banco ganhará "um novo impulso".
Para Vítor Bento, lê-se nas cartas dirigidas aos trabalhadores e aos clientes, o novo presidente é "uma pessoa muito experiente no sector” e “um profissional reconhecido”.

A saída da equipa de Vítor Bento foi atribuída pelo Expresso à rejeição pelo banco central da estratégia de longo prazo apresentada por Vítor Bento, José Honório e Moreira Rato, que preferiam uma estratégia de longo prazo para a instituição, em vez de uma venda o mais rapidamente possível.

 

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