Passos defende que recuperação do SNS "não foi fruto de cortes cegos"

No cerimónia dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Passos Coelho reforçou que o Governo "demonstrou em actos e escolhas que esteve ao lado do SNS no seu momento mais difícil".

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Passos Coelho afirmou que nos próximos meses Portugal deverá alcançar um excedente comercial Daniel Rocha

No seu discurso na cerimónia que assinalou os 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a decorrer na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Passos Coelho afirmou que "não estaremos a proteger o SNS se fecharmos os olhos aos factos", reforçando que o Governo "demonstrou em actos e escolhas que esteve ao lado do SNS no seu momento mais difícil".

Para o primeiro-ministro, se o Governo não tivesse feito reformas na área da saúde nos últimos anos "o SNS teria enfrentado uma crise que abalaria a sociedade portuguesa". Passos Coelho defendeu, no entanto, que a saúde é um sector que está "acima das agendas ideológicas e das conjunturas políticas" e que "a recuperação financeira da saúde pública não foi fruto de cortes cegos". "É por valorizarmos o SNS que introduzimos mudanças, que racionalizámos e que aumentámos o acesso aos cuidados que dispensa", afirmou o primeiro-ministro, dando como exemplo o pagamento das dívidas à indústria farmacêutica que, se não tivesse sido alvo de medidas concretas, "poderia ter levado ao corte de fornecimento".

Mas Passos Coelho rejeitou acusações de "cortes cegos". E mais uma vez deu exemplos: a redução do preço dos medicamentos, com a aposta nos genéricos, que se traduziu num aumento do consumo, e a reorganização dos centros de saúde e hospitais. Falou também do combate à fraude que permitiu identificar 230 casos suspeitos que representam 229 milhões de euros.

Por outro lado, salientou ainda que o aumento do horário de trabalho de 35 horas semanais para 40, permitiu "garantir mais 100 mil horas por semana ao serviço dos utentes". 

Quanto a medidas para o futuro, comprometeu-se a alargar aos cuidados de saúde primários, já em 2015, a divulgação de indicadores que permitam comparar as instituições - à semelhança do que acontece nos hospitais. Também neste campo garantiu que a figura do "enfermeiro de família" vai mesmo ser implementada. Depois, disse que o conceito de hospital universitário vai ser revisto e que o Ministério da Saúde terá mais liberdade para contratar recursos.

A este respeito, em declarações aos jornalistas à margem da conferência, o ministro Paulo Macedo não avançou muitos pormenores, dizendo que o tema ainda será alvo de debate em reuniões com directores das faculdades de medicina, num encontro já pedido.

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