UE anuncia novas sanções contra a Rússia na sexta-feira

Nova responsável pela política externa da União Europeia afirma que a parceria estratégica com a Rússia "terminou".

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Federica Mogherini disse que a NATO deve provar que o Artigo 5 "não é apenas um texto" JOHN THYS/AFP

A União Europeia (UE) vai anunciar um novo pacote de sanções contra a Rússia na próxima sexta-feira, em resposta àquilo que descreve como a "agressão" russa no Leste da Ucrânia.

A informação foi avançada pela nova responsável pela política externa da UE, a italiana Federica Mogherini, numa conferência de imprensa no Parlamento Europeu.

A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros de Itália, que tem sido acusada por alguns Estados-membros de ser pouco dura com Moscovo, aproveitou a conferência de imprensa para passar uma imagem de maior firmeza, com declarações sobre sanções mas também sobre a defesa dos países-membros da NATO que estão mais próximos da Rússia.

O novo pacote deverá ter como objectivo reforçar as sanções que estão em vigor, já que a responsável pela política externa da UE avançou que vão incidir sobre as quatro áreas que já estão a ser afectadas: o acesso aos mercados financeiros por empresas russas; o sector da defesa; a exportação de material tecnológico para o sector energético; e material com duplo uso civil e militar.

No início de Agosto, a Rússia aprovou um embargo à importação de produtos alimentares dos países da UE, dos Estados Unidos, da Austrália, do Canadá e da Noruega, em resposta às sanções de que é alvo.

Depois de ter visitado Moscovo em Julho, e de ter convidado o Presidente Vladimir Putin a estar presente numa cimeira euro-asiática que vai decorrer em Milão em Outubro, Federica Mogherini teve de enfrentar os Estados bálticos e a Polónia, que puseram em causa a sua escolha para um dos cargos mais importantes da UE.

Talvez por isso, Mogherini assumiu uma posição bastante dura na conferência de imprensa desta terça-feira, afirmando que está em curso "uma agressão" russa na Ucrânia e que a UE "deve responder da maneira mais forte possível".

A nova responsável pela política externa europeia afirmou que a parceria estratégica com a Rússia "terminou", embora tenha mantido a porta aberta ao reatamento das relações, dizendo que "nenhum europeu responsável pode afirmar que isso não é do interesse" da UE.

Para atenuar o desagrado com que a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Polónia receberam a sua nomeação, a italiana afirmou que a NATO deve mostrar que consegue "garantir a segurança" dos países que fazem fronteira com a Rússia, e provar que "o Artigo 5 não é apenas um texto". O Artigo 5 do tratado da NATO obriga todos os membros a agirem quando estiver em causa a segurança de um dos seus parceiros, incluindo "o emprego da força armada".

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