Depois de seis meses em queda, desemprego em Espanha sobe para 4,42 milhões

Número de inscritos nos centros de emprego só baixou na agricultura. Há 4,42 milhões de pessoas sem trabalho na quarta economia do euro.

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O desemprego em Espanha abrange 24,5% da população activa Susana Vera/Reuters

A tendência de descida do desemprego que se verificou durante seis meses em Espanha foi interrompida em Agosto, mês em que, tradicionalmente, o mercado de trabalho na quarta maior economia do euro se ressente.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em oito mil face ao mês anterior, passando para 4.427.930 de pessoas, de acordo com as estatísticas publicadas nesta terça-feira pelo Ministério do Emprego e Segurança Social espanhol.

O diário El País atribuiu esta inversão de tendência a um efeito sazonal, pelo facto de terminarem muitos contratos nas áreas da educação e saúde. Já quando os dados são corrigidos dos efeitos de sazonalidade, regista-se uma quebra no desemprego em cerca de 11 mil pessoas.

Na comparação directa entre Julho e Agosto, só na agricultura é que se registou uma diminuição. Neste sector, o número de pessoas sem trabalho inscritas nos centros de emprego baixou em perto de 6900 pessoas, cerca de 3,12%. Pelo contrário, na indústria, na construção e nos serviços houve um agravamento do desemprego. O aumento foi mais expressivo no primeiro caso, com uma subida percentual de 1,27%, equivalente a cerca de 5700 pessoas; na construção o desemprego praticamente estagnou, ao registar-se uma variação de 0,03%, de 162 pessoas; nos serviços o aumento foi de 0,54%, em 15161 pessoas.

Os dados publicados pelo Governo mostram, ao mesmo tempo, um aumento do número de contratos de trabalho em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em Agosto há registo de 1.135.109 novos contratos, mais 91.943 do que em igual mês de 2013, ou seja, um aumento de 8,81%. Mas a esmagadora maioria dos contratos de trabalho são temporários (cerca de 92,6%, num total de 1.051.167) e, neste universo, quase um terço trata-se de recrutamento a tempo parcial (372.036 situações laborais).

Os números estão publicados nas estatísticas do Ministério do Emprego, mas na nota que acompanha estes dados, publicada no site do Governo espanhol, o executivo não se refere directamente ao número de contratos temporários e a tempo parcial, destacando antes o “forte aumento da contratação indefinida” (mais 16,8% do que em Agosto do ano passado) e o facto de passarem a representar 6,43% de todos os contratos.

Para o Governo, as estatísticas mostram uma “tendência positiva de médio prazo”, tendo em conta a evolução, no último ano, da população activa, do número de trabalhadores inscritos na Segurança Social e do desemprego registado nos centros de emprego, referiu a secretária de Estado do Emprego, Engracia Hidalgo, numa nota publicada no site do ministério.

Os números mais recentes do desemprego medido pelo Eurostat referem-se a Julho, mês em que o nível de desemprego abrangia ainda quase um quarto da população activa. O gabinete estatístico da União Europeia aponta para uma taxa de 24,5% (chegou aos 26,2% um ano antes) e para um desemprego jovem de 53,8%.

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