Vulcão entra em erupção na Islândia e alerta para ligações aéreas passa a vermelho

Bardarbunga não está a expelir cinzas, mas mesmo assim as autoridades elevaram para vermelho o alerta para a aviação.

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Especialistas a colocarem aparelhos de medição na zona do vulcão uns dias antes da erupção ser confirmada ARNI SAEBERG/AFP

As ligações aéreas na Islândia foram parcialmente afectadas nesta sexta-feira, depois de o vulcão Bardarbunga ter entrado em erupção durante a última noite, o que obrigou as autoridades a proibirem que se sobrevoe aquela zona. Ainda assim, de acordo com a protecção civil islandesa, o vulcão por agora não está a expelir cinzas.

O Instituto Meteorológico da Islândia, que tem como responsabilidade vigiar a actividade vulcânica,decidiu elevar para vermelho (o nível mais alto da escala) o alerta para a aviação. Os aeroportos da ilha não foram encerrados, optando as autoridades por proibir apenas que se sobrevoe a zona do Bardarbunga e por não autorizar os voos abaixo dos 5500 metros de altitude. Nas últimas semanas, os especialistas tinham registado vários abalos sísmicos na região que apontavam para a possibilidade de uma erupção.

Num comunicado, a protecção civil do país explicou que a erupção começou à meia-noite (menos uma hora do que em Portugal continental) e lembrou que o vulcão fica perto de Holuhraun, um campo de lava no centro da ilha e longe de zonas de habitação. “Nenhuma cinza vulcânica tem sito detectada pelo sistema de radares até ao momento. A possibilidade de um abalo sísmico devido à erupção é remota”, dizia a mesma nota citada pela AFP, que acrescentava que os especialistas estimam que a fissura vulcânica naquela zona tenha perto de um quilómetro de largura.

Por agora, aparentemente, a erupção será apenas sub-glaciar e a fissura foi detectada numa zona que não está coberta de gelo. O Bardarbunga, que entrou em actividade no dia 16, está sob uma camada de gelo com uma espessura entre os 150 e os 400 metros.

O grande vulcão fica no maior glaciar da Islândia, tem cerca de 2000 metros de altura e é considerado uma grande ameaça para as ligações aéreas no Norte da Europa e no Atlântico Norte – à semelhança do que aconteceu com a erupção do Eyjafjallajökull em 2010 que interditou o espaço aéreo durante seis dias. Num só mês mais de 100 mil voos foram cancelados, o que afectou oito milhões de passageiros e provocou prejuízos na ordem dos 1500 milhões de dólares.

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