Islândia emite alerta à aviação após erupção vulcânica

Actividade no Bardarbunga, situado sob um glaciar, não atingiu ainda a superfície.

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Sinal de aviso na estrada que leva ao vulcão Bardarbunga, a cerca de 20km de distância Sigtryggur Johannsson/REUTERS

A Islândia emitiu um alerta vermelho à aviação depois de ter detectado uma erupção no vulcão de Bardarbunga, situado sob um dos maiores glaciares do país. A erupção não quebrou ainda a enorme camada de gelo que cobre o vulcão, mas o alerta indica que é previsível que venham a ser expelidas grandes quantidades de cinzas.

“Acreditamos que começou uma pequena erupção de lava sob o glaciar de Dyngjujokull”, anunciou a meio da tarde o Instituto de Meteorologia da Islândia, ao anunciar que foi decidido elevar o alerta de laranja para vermelho, o mais elevado da escala criada pelo país para avisar as autoridades de aviação das consequências de uma erupção. A cor vermelha significa que uma erupção está iminente ou já em curso.

Theodor Hervasson, director executivo do instituto, adiantou à agência AFP que se trata, para já, “de uma pequena erupção que não perfurou a camada de gelo”, uma barreira que cobre todo o vulcão com uma espessura que varia entre os 150 e os 400 metros. A direcção da polícia nacional emitiu também um comunicado onde explica que se trata, para já, de “um acontecimento menor”. “Mas por causa da pressão existente sob a camada de gelo é ainda incerto se a erupção vai ou não manter-se subglaciar”.

O Bardarbunga, que integra o maior sistema de vulcões da Islândia, entrou em actividade no dia 16, e face a indícios de que uma erupção poderia estar iminente foi decidido evacuar as zonas mais próximas – a região, no centro do país, não tem habitantes permanentes, mas situa-se dentro dos limites de um parque nacional muito frequentado por turistas nacionais e estrangeiros.

Só desde terça-feira foram registados mais de 300 sismos na zona e nas horas anteriores à erupção o seu ritmo acelerou de tal forma que os cientistas deixaram de conseguiu distinguir entre eles. “A actividade sísmica tem sido muito intensa. Neste momento não podemos excluir que haja uma grande erupção”, admitiu à Reuters a geofísica Kristin Jonsdottir.

Caso isso aconteça, e a camada de gelo seja quebrada, ninguém exclui a possibilidade de vir a repetir-se o cenário vivido em Abril de 2010, quando as cinzas expelidas pelo vulcão Eyjafjallajokull se espalharam pelos céus da Europa, paralisando boa parte do tráfego no espaço aéreo que passa sobre o continente. Cerca de 100 mil voos foram cancelados, provocando prejuízos superiores a 1500 milhões de dólares.

As críticas do sector levaram as autoridades de aviação civil a tornar menos rígidas as restrições, permitindo às companhias decidir se existem condições para manter os aviões em voo nas zonas onde a concentração de cinzas é menor. A agência europeia Eurocontrol explicou à Reuters que, no caso de a erupção atingir a superfície, o Centro de Aconselhamento de  Cinzas Vulcânicas irá emitir boletins regulares sobre o nível de emissões e será com base nessa informação que as companhias vão decidir se cancelam voos ou alteram as rotas previstas.  

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