Acções da ES Saúde caem mas continuam acima do preço da OPA

Títulos fecharam a valer 4,316 euros na sessão desta sexta-feira. Empresa apresenta resultados trimestrais na segunda-feira.

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O Hospital Beatriz Ângelo (Loures), gerido em regime de PPP, representou no ano passado 22% das receitas da ES Saúde Daniel Rocha

Depois de a cotação ter subido até aos 4,35 euros na sessão de quinta-feira, as acções da Espírito Santo Saúde (ES Saúde) inverteram a tendência de crescimento e fecharam nesta sexta-feira a um preço ligeiramente mais baixo. Os títulos recuaram 0,78%, para 4,316 euros, mas mantiveram-se acima do preço proposto na Oferta Pública de Aquisiçao (OPA) lançada esta semana pelo grupo mexicano Ángeles (4,3 euros).

Os títulos abriram logo a desvalorizar; depois inverteram a tendência, chegando a valer mais do que na sessão anterior, quando a cotação tocou nos 4,36 euros; mas o dia acabou como começou, com as acções a deslizarem.

A subida dos títulos que se verificou na quarta e na quinta-feira, nas negociações em bolsa seguintes ao anúncio da proposta de OPA, vieram dar suporte à cotação da ES Saúde, que entrou em bolsa a 12 de Fevereiro e apresenta já uma subida próxima de 35% desde essa altura.

A empresa liderada por Isabel Vaz, dona de 18 unidades no país, entre as quais os hospitais da Luz e Loures, é considerada por analistas de mercado como um alvo de interesse de várias empresas. Um sinal de que o mercado está à espera de movimentações foi dado com a valorização imediata dos títulos, uma luta que, a concretizar-se, pode acontecer tanto pela subida do preço por parte do grupo mexicano, como pelo aparecimento de ofertas concorrentes.

Uma análise de mercado da Millennium Investment Banking refere como potenciais interessados o grupo José de Mello, a Amil (detida pelos norte-americanos da United Health), a seguradora Fidelidade (dos chineses da Fosun) e os grupos de investimento britânico Apax Partners e norte-americano TPG.

A José de Mello Saúde já apresentou os resultados semestrais na última quarta-feira, um dia depois de a ES Saúde ser alvo da proposta de OPA (14,3 milhões de euros). E, nessa altura, o presidente do conselho de administração, Salvador de Mello, afirmou, sem nomear a concorrente: “A José de Mello Saúde acredita no mercado nacional, pelo que continuará a explorar novas oportunidades de crescimento que alavanquem a sua base de activos em Portugal”.

Um ponto de interesse a seguir pelos investidores na próxima semana, logo na segunda-feira, será a apresentação de resultados do segundo trimestre por parte da ES Saúde, depois de ter apurado um lucro de 4,6 milhões de euros de Janeiro a Março (o dobro do valor apurado no mesmo período de 2013).

Um dos temas que têm dominado o lançamento da OPA sobre a ES Saúde, na terça-feira, tem a ver com o reforço accionista do grupo Ángeles na empresa portuguesa até à véspera do anúncio preliminar da oferta. Uma movimentação que está a ser analisada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para apurar se em causa está ou não uma situação de abuso de informação privilegiada.

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