Chuvas torrenciais no Japão matam 36 pessoas em Hiroshima

Deslizamentos de terra obrigam primeiro-ministro a interromper férias. Alerta foi dado uma hora depois do primeiro deslizamento de terras.

Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria
Fotogaleria

Há várias crianças entre as 36 pessoas que morreram nos deslizamentos de terra que ocorreram Hiroshima, no Sudoeste do Japão, provocados por chuvas torrenciais. Sete pessoas estão ainda desaparecidas

O primeiro-ministro Shinzo Abe interrompeu as suas férias e classificou estas chuvas como “inéditas” e com consequências “sem precedentes”. Caíram 240 milímetros de chuva nas 24 horas precedentes aos deslizamentos de terras, diz a Reuters.

O governante deu ordens para que o exército fosse para o terreno. No total, cerca de 500 homens foram enviados para o local, de acordo com o ministro Keiji Furuya. Esperam-se mais chuvas fortes.

Foi emitido um alerta de evacuação para a zona acidentada – mas uma hora depois do primeiro deslizamento ter ocorrido. “Houve algo de errado com a nossa capacidade de análise da situação”, reconheceu um responsável da protecção civil da cidade, citado pela Reuters.

Durante a noite, os deslizamentos de terras surpreenderam a população, os danos estendem-se a cerca de 20 quilómetros, atravessando vários bairros de Hiroxima. Há notícia de que pelo menos 20 pessoas ficaram enterradas ou foram arrastadas pela lama.

Uma mulher de 77 anos, um menino de dois anos e o seu irmão de 11 anos estão entre os mortos, segundo a emissora pública NHK, que parou os seus programas regulares para dar prioridade a este desastre. Também um bombeiro morreu.

No sopé da encosta, bombeiros e moradores estavam ocupados a limpar e a verificar a presença de pessoas quando a terra deslizou, provocando um rastro de destruição pelo caminho, uma vez que a maioria das casas são construídas em madeira e, nessas circunstâncias, foram arrasadas.

Segundo a AFP, imagens de televisão feitas a partir de um helicóptero mostram quarteirões inteiros onde as casas ficaram submersas pela lama. Vários moradores refugiaram-se nos telhados e alguns foram socorridos por helicóptero.

“Os deslizamentos de terra ocorreram em vários lugares ao mesmo tempo. Estes são os locais onde era conhecido o risco”, disse um especialista à cadeia televisiva NHK, alertando que a situação meteorológica se pode manter nos próximos dias.

“Em algumas zonas, choveu num dia a quantidade de água que cai, geralmente, no mês de Agosto”, revelou um meteorologista à mesma estação.

O solo nesta região é de um tipo de granito que absorve a água até que de repente se desagrega e desliza, disseram especialistas em gestão de desastres na NHK, citados pela Reuters. Devido à grande falta de espaço no Japão, as cidades expandem-se frequentemente para áreas montanhosas, mais vulneráveis a deslizamentos de terras – sobretudo em situações como esta, em que houve uma precipitação muito forte concentrada num período muito curto.

Esta quarta-feira, várias áreas ainda estão em alerta, incluindo a província de Fukuoka, no sudoeste do país. As condições meteorológicas permanecem instáveis.

Em 1999, 325 deslizamentos de terra em Hiroxima mataram mais de 30 pessoas.

Sugerir correcção
Comentar