Cheira a corpos em decomposição na Faixa de Gaza

Quando a trégua foi anunciada, jornalistas da Al-Jazira entraram na Faixa para relatar o que lá se passa.

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A destruição é "indescritível", dizem os jornalistas da Al-Jazira /Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Cheira a corpos em decomposição, há corpos presos debaixo dos escombros, o grau de destruição é “indescritível”.

Quando a trégua de 72 horas foi anunciada, a estação de televisão Al-Jazira mandou os seus jornalistas para dentro da Faixa de Gaza — por razões de segurança, os repórteres são mantidos fora das zonas onde há combates, entrando quando há tréguas em pequenos grupos e escoltados. Rapidamente tiveram que sair — a trégua acabou depressa, com Hamas e israelitas a voltarem rapidamente à guerra. Mas relataram o que viram, ouviram e sentiram. “Já estive em lugares que sofreram tremores de terra. Já cobri desastres naturais, mas nunca vi esta devastação... O ar está saturado com o cheiro dos mortos”, disse Imtiaz Tyab, que foi a Shujayea, no Leste da Faixa de Gaza. Antes desta guerra, que começou a 8 de Julho, Shujayea era uma cidade superpovoada, explica o jornalista, agora está deserta e destruída. “A destruição é indescritível”.

Beit Hanoun, no nordeste, é toda ela um escombro. O testemunho é do jornalista Wael Dahdouh que viu as ruas da cidade atulhadas de escombros. No pouco tempo em que andou na cidade viu dez edifícios totalmente no chão, a maior parte das estruturas da cidade ou danificadas. “Nem o cemitério foi poupado”, relatou o jornalista a quem os moradores disseram que o cemitério foi bombardeado durante muitas horas. “As pessoas disseram que havia ossos e restos humanos a sair da terra”. 
Em Khuzaa, a sul da Faixa, foi Tamer Meshal que a dado momento começou a ouvir os bombardeamentos nas proximidades. Ainda conseguiu ver 20 corpos a serem retirados dos escombros dos edifícios e percebeu que, por causa da destruição, as ambulâncias não conseguiam chegar onde eram precisas. “Há muitos mais corpos debaixo daquilo tudo.”

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