Recapitalização do BES terá como “primeira linha” os accionistas privados, diz o Governo

Ministro dos Assuntos Parlamentares reconheceu que haverá “impactos para a economia, certamente” devido ao GES.

Foto
“A economia ressente-se de uma situação tão grave”, afirmou o ministro Marques Guedes DANIEL ROCHA

O Governo entende que o aumento de capital que está a ser preparado pela administração do Banco Espírito Santo (BES) deve passar primeiro pelo mercado, mas não afasta completamente uma participação do Estado na operação.

Depois de, na noite de quarta-feira, o banco ter apresentado prejuízos recorde de quase 3600 milhões de euros, o ministro dos Assuntos Parlamento foi questionado, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, sobre se o aumento de capital do BES poderá contar com um esforço dos cofres públicos.

Luís Marques Guedes respondeu que “a primeira linha desse programa deve passar necessariamente primeiro pelo mercado, pelos accionistas privados”, sem, no entanto, descartar uma participação do Estado na recapitalização do banco. Um discurso alinhado com o do Banco de Portugal.

O ministro reconheceu que “haverá impactos para a economia, certamente”, referindo-se ao Grupo Espírito Santo (GES), e dise esperar que “a economia tenha resiliência suficiente” para resistir aos efeitos colaterais. “A economia ressente-se de uma situação tão grave”, afirmou.

No caso do BES, Marques Guedes preferiu, porém, remeter mais esclarecimentos para o comunicado divulgado na quarta-feira à noite pelo Banco de Portugal. Nesse documento, disse o governante, “ficou claro que foram detectados factos supervenientes que apontam para perdas mais significativas do que estava inicialmente previsto”.

O ministro reiterou, sustentando-se na posição do supervisor liderado por Carlos Costa, que “não se deixou de assegurar a solidez financeira do banco relativamente ao processo de recapitalização que é preciso ser feito, nem a plena protecção dos depositantes”.

Sugerir correcção
Comentar