Seguro diz que "Portugal precisa de um primeiro-ministro para todas as estações"

Líder do PS deixou provocações a António Costa com elogios a Francisco Assis.

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Seguro prometeu que se for primeiro-ministro "não vai desistir dos pensionistas e dos reformados" Daniel Rocha

O candidato às primárias socialistas António José Seguro disse que "Portugal precisa de um primeiro-ministro para todas as estações", para "o bom tempo" e para "a tempestade" e apontou como regra "só prometer o que pode cumprir".

"Eu considero que Portugal deve ter um primeiro-ministro para todas as estações, isto é quando faz bom tempo e quando faz tempestade e não primeiros-ministros que estão à espera do bom tempo, mas que da tempestade se resguardam", disse Seguro, num encontro com militantes e simpatizantes em Vila Nova de Gaia.

O líder socialista provocava, assim, o seu adversário às primárias de 28 de Setembro, António Costa, através de uma "homenagem" que quis deixar ao seu anterior concorrente a secretário-geral, o agora deputado europeu Francisco Assis. "Eu quero fazer aqui uma grande homenagem ao Francisco Assis. Porque o Francisco Assis, tal como eu há três anos que fazia tempestade, e que tempestade fazia, e não hesitamos e demos um passo em frente em nome de valores, de princípios e convicções", afirmou.

No seu discurso, o também secretário-geral do PS enumerou as características do país que deseja ver criado, destacando "uma boa escola pública, um bom Serviço Nacional de Saúde e uma boa protecção social". "Um país que não permita que exista promiscuidade entre a vida política e os negócios por mais legítimos que eles sejam. Um país que tenha políticos que têm de dizer 'sim' e tenham a coragem de dizer 'não' ao que têm de dizer 'não'. E uma regra que introduzimos na vida política é uma regra que já devia ter sido introduzida há muito tempo que é o de só prometermos aquilo que temos mesmo a certeza que podemos vir a cumprir", acrescentou.

Seguro disse reconhecer que "alguns", ainda que "poucos", "consideram que a política tem de ter alguma coisa de manha e que no fundo o que se trata é de iludir os eleitores para tentar arrebanhar, abocanhar, o maior número de votos", prometendo ser um político diferente. "Se querem um primeiro-ministro assim, eu não sirvo. Mas se querem um primeiro-ministro que fale verdade aos portugueses, que não iluda nenhum problema, que separe a política dos negócios e mobilize o país em torno de um projecto solidário para Portugal, pois bem então juntem-se a nós nesta caminhada para governarmos Portugal devolvendo a esperança aos portugueses", disse o líder do PS.

No seu discurso, Seguro reafirmou o que antes tinha dito aos jornalistas à entrada, a propósito da decisão do Tribunal Constitucional (TC) sobre o Orçamento Rectificativo, prometendo que um Governo por si liderado "não vai desistir dos pensionistas e dos reformados". "Um Governo do PS acabará com a contribuição de sustentabilidade da Segurança Social, isto é acabará com os cortes nas reformas e nas pensões e devolverá esse dinheiro aos pensionistas e aos reformados do nosso país, que é um dinheiro a que eles têm direito para fazer face aos últimos anos da sua vida", vincou o líder do PS.

Por fim, Seguro defendeu que Portugal tem de ter "voz firme na Europa": "Nós, para nos relacionarmos com os nossos parceiros europeus não nos precisamos de ajoelhar. Não temos de pedir desculpa a ninguém. Nós não vamos à Europa para receber ordens. Vamos à Europa para emitir opiniões (...). E não nos calam com cheques. Porque quando nós temos opinião, não nos compram".

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