China investiga Microsoft por práticas monopolistas
Autoridades copiaram contratos, relatórios financeiros e emails dos escritórios da empresa.
As autoridades chinesas estão a investigar a Microsoft naquele país, alegando que a empresa não divulgou toda a informação sobre o Windows e o Microsoft Office (o pacote de programas de que fazem parte o Word e o Excel), o que poderá constituir uma infracção às leis da concorrência.
A Administração Estatal para a Indústria e Comércio, uma agência de nível ministerial responsável pela supervisão e regulação do mercado, esteve em quatro escritórios da Microsoft, onde interrogou responsáveis da empresa e fez cópias de contratos e relatórios financeiros, bem como de emails e documentos de comunicação interna. Num comunicado, a autoridade afirmou que não conseguiu levar a cabo toda a investigação que tinha planeado por alguns responsáveis da Microsoft na China estarem fora do país e refere que “o caso está sob investigação”.
Citada pela imprensa americana, a Microsoft afirmou apenas que está disponível para cooperar com as autoridades.
A inspecção acontece numa altura em que a China tem aberto o mercado a empresas estrangeiras, enquanto simultaneamente toma decisões que dificultam a operação das companhias americanas.
Nesta segunda-feira, a Microsoft começou a aceitar encomendas da consola Xbox One, a primeira a chegar aos consumidores chineses na sequência do levantamento, em Janeiro, de uma proibição que impedia qualquer consola de ser comercializada no país. A Xbox One deverá chegar às mãos dos compradores em Setembro.
Já no final do ano passado, a Apple chegou a acordo com o operador de comunicações China Mobile, o maior do país e do mundo, para a venda de iPhones, um importante passo para que a multinacional americana possa concorrer num mercado em expansão, nomeadamente com fabricantes locais.
Por outro lado, na semana passada, as autoridades chinesas anunciaram que estão a investigar a Qualcomm, uma empresa dos EUA que fabrica processadores para alguns dos mais populares telemóveis e tablets, por possível abuso de posição dominante.
Já em Maio, o Governo chinês proibiu que fossem comprados pela administração central computadores com Windows 8, o mais recente sistema operativo da Microsoft. A decisão, de acordo com uma notícia então publicada pela agência chinesa Xinhua, deveu-se ao facto de a Microsoft ter deixado de prestar apoio e desenvolver actualizações para o Windows XP (o mais usado no Estado), deixando assim mais vulneráveis os computadores com este sistema.
O Governo de Pequim não quer voltar a correr o risco de uma decisão de uma empresa americana ter um impacto na segurança dos seus computadores e a estratégia passa por fomentar a adopção de um sistema operativo Linux desenvolvido no país.
Em Junho, o Presidente Xi Jinping fez um discurso em que apelou ao país para inovar e dominar as tecnologias de informação, argumentando que isso traria benefícios tanto para a economia, como para a segurança da China.