Peso da Nokia puxa para baixo lucros da Microsoft

Negócio dos telemóveis teve um impacto negativo de 692 milhões de dólares no último trimestre.

Foto
Será o primeiro sistema pela mão de Satya Nadella Reuters

São os primeiros resultados financeiros comunicados pela Microsoft desde que completou, em Abril, a compra da divisão de telemóveis da Nokia. Os números mostram que nova unidade de negócio levou a uma queda no lucro da empresa.

A Microsoft teve receitas de 23,4 mil milhões de dólares, uma subida de 18% face ao mesmo trimestre do ano passado. Os lucros foram de 4,6 mil milhões, uma descida de 353 milhões, correspondentes a 7%. O negócio dos telemóveis contribuiu com praticamente dois mil milhões de receitas. Mas, contabilizando despesas relacionadas com a aquisição e prejuizos operacionais, esta divisão teve um impacto negativo de 692 milhões de dólares nos resultados operacionais.

O presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella – que tomou posse já em Fevereiro, já muito depois de compra da divisão de telemóveis da Nokia estar decidida – começou na semana passada a arrumar a casa. Nadella anunciou o despedimento de 18 mil pessoas, o maior na história da Microsoft, das quais 12.500 vieram da Nokia. A empresa decidiu também acabar com uma linha de telemóveis Android que tinha sido apresentada há apenas cinco meses. Nadella avançou nesta terça-feira, na sequência da apresentação de resultados (que decorreu depois do fecho das bolsas nos EUA, durante a noite em Portugal) que pretende estancar as perdas desta divisão até Junho de 2016. 

O negócio de telemóveis da Nokia foi comprado por cerca de sete mil milhões de dólares, um valor que incluiu também o direito de usar tecnologia patenteada pela empresa finlandesa. A Nokia foi durante os últimos anos o principal parceiro da Microsoft no mercado dos smartphones, depois de, em 2011, as duas terem assinado um acordo para que o sistema Windows Phone fosse usado exclusivamente em todos os smartphones Lumia. Mas estes modelos têm tido dificuldades em ganhar quota de mercado.

Por outro lado, as receitas dos chamados serviços na cloud duplicaram. Estes são disponibilizados online, tanto para empresas como para consumidores, e esta tem sido uma área identificada por Nadella como fundamental para o futuro próximo da Microsoft. A manterem-se as receitas obtidas em Junho, estes serviços (que funcionam tipicamente com base num modelo de pagamento por assinatura) representarão 4,4 mil milhões de dólares anuais.

Sugerir correcção
Comentar