PS acusa presidente da Câmara de Elvas de traição e retira-lhe a confiança política

Na próxima reunião do executivo municipal, cinco vereadores socialistas vão apresentar o pedido de demissão do cargo, abrindo caminho para a marcação de eleições intercalares.

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Rondão Almeida presidiu à Câmara de Elvas durante cinco mandatos consecutivos DR

Depois de o presidente da Câmara de Elvas ter retirado os pelouros a dois vereadores, entre eles o anterior líder do município, Rondão Almeida, o turbilhão político que se vive na autarquia alentejana conheceu nesta segunda-feira um novo episódio: a concelhia de Elvas do Partido Socialista acaba de retirar a confiança política a Nuno Mocinha, que lidera a câmara desde as eleições autárquicas de Setembro do ano passado.

Elsa Grilo, a vereadora a quem Nuno Mocinha retirou os pelouros de que era responsável, leu um comunicado da concelhia socialista onde se acusa o presidente da câmara de ter tomado a polémica decisão “à margem da estrutura política” e “sem ouvir” a comissão política do Partido Socialista. A posição da concelhia socialista concluiu que Nuno Mocinha “decidiu unilateralmente” retirar os pelouros aos colegas de vereação e “ameaçou atirar para o desemprego colaboradores que há mais de 18 anos trabalhavam na câmara, numa atitude de vingança pessoal”.

Esta atitude foi considerada pelo órgão máximo da estrutura socialista concelhia “uma traição aos valores e aos princípios que o PS defende”, protagonizada, segundo o mesmo comunicado, por alguém que se fez “de vítima quando foi ele que maltratou os colegas do executivo”.

Elsa Grilo recordou que Nuno Mocinha foi militante do PSD mas que depois foi recebido no PS como “um de nós”. No entanto, ao longo dos últimos nove meses, o autarca socialista “tem trabalhado mais com os partidos da oposição [PSD e CDS]” e negligenciado “os vereadores do PS”, uma equipa que “sempre trabalhou bem” ao longo de 20 anos com um “líder [Rondão Almeida] com experiência, com carisma político, que soube levar o concelho de Elvas ao topo nacional”.

Rondão Almeida anunciou por sua vez que os cinco vereadores socialistas na câmara vão apresentar, na próxima quarta-feira, na reunião do executivo municipal, a demissão do cargo, o que significa um passo decisivo para a marcação de eleições intercalares.

 

 

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