Cavaco Silva aposta no reforço do conhecimento entre portugueses e coreanos

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Mesmo numa conferência de imprensa com o Presidente búlgaro, Cavaco Silva fez questão de sublinhar o teor de alguns recados que tem deixado à oposição de esquerda. Nuno Ferreira Santos

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, destacou neste domingo, em Seul, a importância da cooperação a nível académico como uma forma de reforçar o conhecimento entre Portugal e a Coreia do Sul.

O chefe de Estado português sublinhou que na agenda da sua visita oficial à República da Coreia, que iniciou este domingo, está "não apenas o reforço da cooperação política, económica e social, mas também o reforço da cooperação entre os nossos países na área académica".

O Presidente dirigia-se a reitores e responsáveis de universidades e institutos científicos e tecnológicos sul-coreanos e representantes da academia portuguesa, que assinaram em Seul protocolos de cooperação entre as instituições. "É muito importante o reforço da cooperação entre as universidades portuguesas e coreanas", disse Cavaco Silva, que salientou "um activo muito importante: o conhecimento".

"O conhecimento conduz à inovação e descoberta e um dos objectivos da minha visita é o de contribuir para um melhor conhecimento pelos coreanos do meu país e, ao mesmo tempo, contribuir para um melhor conhecimento da Coreia pelos portugueses", disse.

No entanto, o Presidente defendeu que a cooperação pode ser aprofundada: "Podemos fazer muito mais. Há um potencial que podemos explorar no futuro", sublinhou.

Na sua intervenção, o chefe de Estado destacou que esta é a primeira visita oficial de um Presidente português à Coreia, manifestando a sua satisfação por ser o primeiro "a visitar este país amigo".

Entre os acordos celebrados este domingo, Cavaco Silva mencionou o protocolo de cooperação entre o Camões, Instituto da Cooperação e Língua e a Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros, que pretende desenvolver a cooperação institucional e promover o ensino da língua e cultura portuguesa naquela instituição, onde há cerca de 300 alunos a aprender português.

"O português é a língua mais falada no hemisfério sul. Algumas vezes é uma surpresa para muitas pessoas, mas é um facto", lembrou o Presidente, que referiu que, no final desta visita oficial, viajará para Timor-Leste para participar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na próxima quarta-feira.

"Somos agora oito países no mundo, em quatro continentes: Europa, África, América e Ásia, que têm o português como língua oficial", afirmou, sem se referir ao pedido de adesão ao bloco lusófono da Guiné-Equatorial (onde a língua mais falada é o espanhol e o português foi instituído como língua oficial há cerca de quatro anos), que deverá ser discutido na cimeira pelos chefes de Estado e de Governo dos oito países da comunidade.

O Presidente lembrou depois que a União Europeia e a Coreia do Sul têm "uma relação estratégica em muitas áreas", nomeadamente a nível comercial, político e de segurança, e que deve ser aproveitada.

Além do protocolo entre o Instituto Camões e a Universidade Hankuk foram também celebrados um outro protocolo entre a Universidade Católica Portuguesa e a Universidade de Seul, memorandos de entendimento entre a Universidade do Minho e o Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia e a Universidade Nacional de Chonbuk. Segunda-feira será celebrado um protocolo entre o Instituto Superior Técnico e a Universidade de Seul.

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