Ucrânia vai finalizar acordo de associação com a UE no dia 27 de Junho

Anúncio feito numa altura em que Kiev negoceia com Moscovo um cessar-fogo no Leste do país.

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A maioria dos ucranianos favorece uma aproximação à União Europeia Gleb Garanich/reuters

O novo Presidente ucraniano, Petro Porochenko, anunciou nesta quinta-feira que vai assinar o dossier económico de um acordo de associação histórico com a União Europeia no dia 27 de Junho, em Bruxelas.

A UE e a Ucrânia deviam ter assinado este acordo no passado mês de Novembro, mas o então Presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, fez marcha atrás e, pressionado por Moscovo, recusou assinar o documento, o que provocou os protestos de rua quer levaram à sua queda e à actual crise separatista no Leste da Ucrânia.

“Vou assinar [o dossier económico] e dar por terminado o processo de assinatura do acordo de associação”, declarou Porochenko.

O governo interino, liderado pelo primeiro-ministro Arseni Iatseniouk, já tinha assinado o dossier político deste acordo, em Bruxelas, no dia 21 de Março. Esse documento reconhecia, nomeadamente, “as aspirações do povo ucraniano a viver num país baseado nos valores, na democracia e no Estado de Direito”. Na altura a Comissão Europeia fez saber que "está determinada a ajudar a Ucrânia e a assegurar que o país tem todo o apoio necessário, no curto e longo prazo, para levar a cabo as reformas políticas e económicas necessárias, com o objectivo comum de uma Ucrânia democrática, independente e próspera"

Kiev adiou a assinatura da componente económica porque esta implicava um levantamento das barreiras aduaneiras ucranianas destinadas a proteger os agricultores e a indústria do aço do Leste do país de uma competição europeia directa.

O Wall Street Journal escreveu na altura que o Presidente quis adiar a conclusão do acordo até o país sair da recessão económica e até ser resolvida a revolta separatista pró-russa. Nem uma nem outra aconteceram, mas estão em curso negociações com Moscovo para um cessar-fogo no Leste do país, e a Ucrânia conta com vários pacotes de assistência internacional com vista a equilibrar as suas contas públicas.  

Inédito na história da União Europeia, o acordo de associação visa aproximar a Ucrânia de Bruxelas, sem, no entanto, isso significar a curto ou a médio prazo uma adesão ao bloco dos 28.

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