De certa maneira, seguramente intencional - o realizador falou algures de uma “trilogia” - este O Renegado é o negativo de O Mensageiro, o óptimo filme (sobre soldados portadores de más notícias: vinham comunicar às famílias que os seus filhos ou maridos tinham morrido no Iraque) com que Oren Moverman primeiro despertou interesse. Aí era o “procedimento”, a importância do “código” que mantém de pé a ossatura institucional no meio da desgraça. Aqui, nesta história de um bad cop (Harrelson outra vez, tão “borderline” como em O Mensageiro era contido), é exactamente o contrário: conta o desvio, a conduta que recusa os códigos, a ameaça da desintegração. É um pouco mais histérico - mesmo no estilo - e também menos conseguido. Moverman tem uma personagem borderline que quer descrever e “analisar”, mas tem uma ideia menos forte sobre o que quer fazer com ela. O filme perde concisão com isso, tem por vezes o ar de não procurar mais do que um exibicionismo algo aleatório. Apesar de um pouco decepcionante, é perfeitamente visível, não precisamos de desistir já de Oren Moverman.
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