O Sabor da Melancia

Um conselho de amigo: informe-se bem do que vai ver antes de pôr o pé na sala de cinema para ver "O Sabor da Melancia", caso contrário, arrisca-se a sair antes mesmo de meio.

Foi o que vimos acontecer quando "Adeus, Dragon Inn" estreou por cá e não nos surpreenderíamos se o filme seguinte do malaiotaiwanês Tsai Ming-liang, cineasta narcoléptico dos lugares de passagem, tivesse o mesmo efeito. Ou não estivéssemos a falar de um objecto surreal e indescritível que conjuga romantismo desesperado, absurdo em câmara lenta, sexo "gráfico" sonâmbulo, burlesco apocalíptico e musical "kitsch" ao longo de duas horas quase sem diálogos e com uma narrativa tão etérea que (à imagem do título internacional, "A Nuvem Caprichosa") se desfaz assim que a agarramos.

"O Sabor da Melancia" não é um filme, é uma experiência que só se abre a quem estiver predisposto a vivê-la - à atenção dos corações fortes.

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