Nada de fundamentalmente errado com esta adaptação australiana de uma história de Raymond Carver ( já filmada, com outra desfaçatez, por Robert Altman, num dos segmentos de "Short Cuts"), que Ray Lawrence dirige com segurança académica num ritmo a que se chamaria "falso lento" se a expressão não estivesse conotada com o jargão futebolístico.
Mas brilhantismo, mesmo, só no par central de actores, os "importados" Gabriel Byrne e Laura Linney. Se ela é excelente num registo quase nervoso e permanentemente incomodado, ele encarna naperfeição um comodismo desistente encharcado em demissão moral, ambos se encontrando numa espécie de vergonha cuja origem nunca nos é explicitada. Byrne eLinney fazem meio filme, e a melhor metade.
