Definitivamente, Keanu Reeves não serve para herói romântico. Mas sim para publicitário empedernido, como aquele que interpreta no início de "Doce Novembro", filme menor, melodrama forçado e compusilvamente banhado em lágrimas, baseado num argumento patético. Charlize Theron compõe uma hippie de maõs largas propondo a redenção amorosa a um homem diferente todos os meses. Keanu será "mr. November", caso aceite. Ele hesita, mas obviamente acaba por aceder. E não será preciso esperar pelo final do mês para se apaixonar por ela. Realizado pelo irlandês Pat O'Connor (o mesmo de "Dancing at Lughnasa", com Meryl Streep), "Doce Novembro" (remake de um filme de 1968, com Sandy Dennis e Anthony Newley) redunda numa mediocridade sentimentalóide, convocando todo o género de estereótipos (da caracterização da personagem de Theron ao caricatural casal "gay", amigo dela), apenas com a finalidade de provocar o choradinho fácil.