A modorra comercial da máquina Disney está definitivamente a ser abalada por uma estratégia de renovação expressiva da Dreamworks e este "O Príncipe do Egipto", apesar de alguns problemas de ritmo, constitui importante elo na cadeia. Inspirado na desmesura do mundo bíblico que Cecil B. De Mille criou do cartão pintado e do anacronismo modernista, esta sofisticada animação reformula figurações do humano e consegue, em especial no sonho em hieroglifos e na fantasia musical à volta do confronto entre os feitiços de Moisés e os dos mágicos do Faraó, verdadeiros momentos de génio. A dúvida que permanece reside na capacidade de combater a eficácia pendular da Disney, até porque não faz apelo directo a um público predominantemente infantil ou infantilizado.
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