Durão Barroso: programa de ajustamento não foi um processo “isento de dor”

Presidente da Comissão Europeia diz que os “esforços e sacrifícios” dos portugueses eram inevitáveis, mas, agora, “Portugal vai andar pelo próprio pé”.

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Durão Barroso deixou elogios a Pedro Passos Coelho ERIC FEFERBERG/AFP

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, disse nesta segunda-feira que a “maioria dos graves desequilíbrios económicos que levaram à crise” estão a ser corrigidos. “As bases para o crescimento sustentável foram estabelecidas. E a confiança dos investidores voltou”, disse, depois da reunião regular com os líderes da zona euro.

Durão Barroso afirmou que este “não foi um processo isento de dor – longe disso – mas era inevitável”. E elogiou os portugueses pelos “esforços e sacrifícios significativos”. O presidente da Comissão Europeia acrescentou que, com o fim do programa de ajustamento e sem um programa cautelar, Portugal “vai andar agora pelo próprio pé”. E este não é apenas um “sucesso para Portugal, mas um sucesso para a Europa”, que tem sido um “parceiro leal, dedicado e construtivo”, desde que o país aderiu à União Europeia em 1986.

Lembrando que Bruxelas é responsável por dois terços do empréstimo financeiro, concedido em 2011, Durão Barroso garantiu que a UE vai continuar ao lado de Portugal depois da saída. O país terá a “confiança necessária para responder aos desafios que ainda se lhe colocam, e para construir uma sociedade mais próspera e justa”, disse. Barroso deixou, ainda, largos elogios a Pedro Passos Coelho: "É com satisfação que se ouve o primeiro-ministro Português dizer que o país continuará no caminho para umas finanças públicas sólidas e para a estabilidade financeira e a competitividade". 

Nesta segunda-feira, o presidente do Eurogrupo defendeu que Portugal "tomou a decisão certa” ao optar pelo fim do programa de resgate sem plano cautelar, mas frisou que é preciso ter uma "uma política orçamental rigorosa". 

Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro, anunciou este domingo a saída do programa de assistência financeira sem “recorrer a qualquer programa cautelar”. Mas alertou que Portugal tem pela frente um longo caminho a percorrer.

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